A feira indígena de Tarabuco é uma oportunidade para conhecer mais de perto a cultura indígena da Bolívia e levar pra casa uma lembrança típica.
Tarabuco é uma pequena cidade localizada a cerca de 65 quilômetros de Sucre, a 3.300 metros de altitude, famosa por ter uma das maiores feiras a céu aberto do país e da América do Sul.
Todo domingo, é possível encontrar roupas de lã de alpaca, gorros, artigos de decoração, toalhas de mesa bordadas, artesanato e mais um monte de coisa bacana.
Ah, e é lá também que a gente encontra o mercado campesino, com comercialização de ervas, carnes, verduras, alimentos e bebidas regionais, proporcionando um mar de cores e sabores para esse lugarejo tão especial.
É uma imersão única nas culturas boliviana e quéchua. Confira como chegar e o que ver na Feira de Tarabuco.
Como chegar em Tarabuco
Para chegar ao vilarejo de Tarabuco é preciso ir até Sucre, cidade muito visitada da Bolívia. O mais comum é chegar por La Paz ou Santa Cruz de la Sierra (consulte ofertas de passagem aérea para lá nesse link).
Há voos domésticos para dessas cidades para Sucre, mas nós chegamos de ônibus a partir de Santa Cruz de la Sierra. É possível comprar passagem no site Tickets Bolívia, que tem todos os endereços de terminais rodoviários, horários e preços de ônibus entre as cidades turísticas. Se quiser saber mais detalhadamente como chegar na cidade, confira nosso Guia de Sucre.
Uma vez em Sucre, há duas formas de chegar no vilarejo de Tarabuco, que fica a 65 quilômetros:
>> De van:
algumas empresas turísticas disponibilizam vans que saem da Plaza 25 de Mayo, no centro histórico da cidade branca. A maioria dos hostels vendem os tickets, que devem ser comprados com antecedência.
Deixamos pra comprar no domingo de manhã, antes da partida das vans, e não encontramos nenhuma agência aberta. Aos 45 do segundo tempo, encontramos uma van estacionada na praça e garantimos nosso lugar. A passagem custa 40 bolivianos ida e volta sem almoço (abril de 2018). As vans saem às 8e retornam às 13h30.
>> De ônibus:
Os ônibus públicos saem regularmente da Parada de Tarabuco, que fica no cruzamento da Avenida das Américas e da Avenida Mendoze. A viagem dura duas horas e custa 10 bolivianos. É uma opção legal para ter mais liberdade no horário, mas saia cedo e confira os horários da volta na ida.
>> De carro:
É possível ir por conta própria alugando um carro em cidades próximas como La Paz e Cochabamba . Você pode comparar os preços das principais locadoras, pagar em reais sem IOF e parcelar sem juros no cartão ou com 5% de desconto no boleto à vista no site Rentcars.com, nosso parceiro.
Como o acesso ao vilarejo é muito intenso, é comum que as conduções deixem os turistas nas proximidades da feira, perto dos restaurantes, e cada van direciona os visitantes para determinado restaurante. A nossa, no caso, ficou em frente ao restaurante Samay Wasi, onde recebermos instruções sobre a cidade e a feira.
Dica: Tarabuco é bem pequena, mas há poucas opções de hospedagens domiciliares. A maioria das pessoas faz bate e volta a partir de Sucre.
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O que ver na Feira de Tarabuco
Além das compras, o interessante de Tarabuco é ter contato com a cultura e o idioma indígena local. É lá que, anualmente, é realizado o festival Pujllay.
A celebração comemora o dia 12 de março de 1816, data em que o povo de Tarabuco libertou sua cidade de forças espanholas. O festival também é mais uma oportunidade de expressar gratidão à divindade andina Pachamama (Mãe Terra).
A feira é tradicional e muito visitada por turistas do mundo todo aos domingos. A variedade é enorme e a gente encontra tanto aqueles artigos básicos quantos os curiosos e os bem rústicos, feitos pelos moradores locais.
Os preços são semelhantes ou até mais caros dos encontrados em La Paz. Ainda assim a feira é imperdível.
Confira o que você vai ver na Feira de Tarabuco:
Cultura andina
Por ali é fácil ver mulheres usando o awayo, uma espécie de pano grande, grosso e sempre muito colorido que, dobrado, se torna uma espécie de mochilão. É nesses panos que elas podem carregar um pouco de tudo: crianças, mercadorias pra vender, coisas para viajar, comida…
Lembre-se que os tarabuqueños são um pouco fechados e não gostam de “forasteiros”. Respeite os costumes locais.
Com saias rodadas, blusas delicadamente estampadas e um chapéu por cima do cabelo dividido em duas longas tranças perfeitamente alinhadas, as Cholas chamam a atenção e despertam a curiosidade de qualquer turista.
Antigamente, o termo ¨chola¨ tinha uma conotação pejorativa e se referia às mulheres nativas que, ao se mudarem para a cidade, esqueciam os costumes de seus antepassados e se rendiam ao estilo de vida dos mestiços urbanos.
Atualmente, esse visual está relacionado ao orgulho que essas mulheres têm de sua identidade indígena. Detalhe: assim como todo o povo Quéchua e Aymara, as pessoas de Tarabuco, do povo Yampara, não se deixam ser fotografadas por acreditarem que isso “roubaria sua alma”.
Artesanato
Compras! Por suas tapeçarias artesanais, bolsas, chapéus, ponchos e artesanato, viajantes de todo o mundo se encontram em Tarabuco para comprar tecidos deslumbrantes, lembranças e presentes. Difícil é escolher o que levar.
Mercado Campesino
O mercado campesino é muito voltado para a população local. Lá os moradores encontram artigos e alimentos para o dia a dia, ervas, bebidas e lanchonetes. Foi lá que compramos folhas de coca!
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Outras atrações em Tarabuco
Dizem que quando os espanhóis, carregados de armas, invadiram a vila, os indígenas resistiram com o que tinham e mataram os forasteiros de forma violenta, arrancando-lhes o coração e bebendo o seu sangue. Uma estátua foi erguida para representar esse momento de vitória.
A Iglesia de San Pedro na praça principal é outro atrativo.
Onde comer em Tarabuco
Tarabuco tem alguns restaurantes turísticos, que servem comidas típicas. Tudo é organizado pelo pessoal da van, pois cada uma fica parada em frente ao restaurante em que você irá almoçar.
A comida é deliciosa e os preços são ótimos, incluindo entrada, almoço e sobremesa. A refeição é paga a parte.
Reservamos um almoço no Samay Wasi, restaurante próximo às ruas da feira. Fomos recebidos pelos donos que, além de nos explicar o que era a feira e um pouco da cultura do local, fizeram uma apresentação de dança típica no horário do almoço ao fim do tour.
O restaurante tem a fachada aparentemente pequena, mas o local é amplo, com mesas em meio ao jardim, e o atendimento foi ótimo.
Outras opções são o Pukari Wasi e o Maliki, que funcionam no mesmo esquema. Mas se estiver de van, melhor reservar o almoço no que ela indicar.
O que levar?
Casaco: Como a viagem, geralmente, é pela manhã, lembre-se de sair de blusa. O clima é ameno e tende a esquentar, então não se preocupe com casacos muito quentes – até porque você vai ter a oportunidade de comprar roupas típicas por lá.
Comida: Se você não é do tipo que não come coisas na rua, leve um lanche na mochila, além de água.
Dinheiro: Leve dinheiro e, de preferência, trocado.
Nem precisamos falar para levar a câmera fotográfica, né?!
Essa foi uma das experiências culturais mais autênticas e interessantes que a gente viveu na Bolívia. Se puder, não deixe de incluir a visita à Feira de Tarabuco no seu roteiro de viagem!
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A feira indígena de Tarabuco, Bolívia
Por Nange Sá
Que legal!!! Vocês foram a Tarabuco que eu ainda não conheci… estou pegando as dicas pois planejo viajar de carro por lá em breve…. pena que vamos poder ir somente depois do festival de Pujllay… Beijos!!! Erick
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