Quase na metade do caminho entre Rio de Janeiro e São Paulo, Cunha é uma Estância Climática localizada a mil metros de altitude, fácil de visitar em um fim de semana ou feriado prolongado.
Seu roteiro turístico, que envolve gastronomia, ecoturismo e cerâmicas, tem um dos contornos mais lindos que eu já vi, graças às montanhas e vales das serras ao redor: Mantiqueira, Serra do Mar e Serra da Bocaina.
Inclusive, é muito fácil de combinar a visita com Paraty, que está a pouco mais de 40km, ou Ubatuba, que está a pouco mais de 100km.
Como Paraty era o “ponto final” do Caminho Velho da Estrada Real, Cunha era um dos últimos lugares em que o ouro vindo de Minas Gerais passava. Logo, suas heranças históricas dão um ar charmoso ao destino.
Preciso ainda ressaltar que Cunha é quase totalmente pet friendly, a maior parte das atrações permite entrada de pets, que são bem-vindos até em muitos dos restaurantes.
Conheça nesse post as melhores experiências e o que fazer em Cunha em 1 dia ou mais, e confira algumas dicas essenciais para sua viagem.
O que fazer em Cunha SP: 21 melhores experiências e pontos turísticos
- Cervejaria Caminho do Ouro
- Charcutaria Estação Dom Pedro
- Chocolates Imperatriz
- Vinícola Monte Boa Vista
- Fazenda Aracatu
- Moara Café
- O Lavandário
- Contemplário
- O Olival
- Canto das Cachoeiras
- Parque Estadual da Serra do Mar
- Pedra da Macela
- Cervejaria Wolkenburg
- Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição
- Igreja do Rosário e São Benedito
- Mercado Municipal de Cunha
- Casa Santo Antônio
- Casa do Artesão
- Atelier de Cerâmica Suenaga & Jardineiro
- Casa do Oleiro
- Gaia Arte Cerâmica
Mapa Cunha SP:
Roteiro de 3 a 4 dias em Cunha
Dá para fazer esse roteiro em menos tempo, visitando cada atração mais rapidamente. A maioria dos turistas fica de 2 a 3 dias em Cunha. Mas eu sugiro reservar mais 2 dias para aproveitar uma pousada em meio à natureza.
Se você escolher se hospedar fora da cidade (veja baixo), não há necessidade de ir ao centro e visitar as igrejas e o mercado municipal, visto que os itens do mercado também são encontrados nos outros empórios. Caminhe no quarteirão da igreja apenas se sua hospedagem for dentro da cidade.
Dia 1: chegada + Canto da Cachoeira com almoço + Cervejaria Caminho do Ouro + Charcutaria Estação Dom Pedro + Chocolates Imperatriz
Dia 2: Ateliês de Cerâmica + Fazenda Aracatu + Olival com almoço + O Lavandário no pôr do sol
Dia 3: Contemplário + Almoço (pode ser na cervejaria ou um dos restaurantes da estrada, como Casa da Serra ou Kallas da Serra) + Café Moara + Vinícola Monte Boa Vista
Dia 4: Parque Estadual da Serra do Mar ou Pedra da Macela + Almoço no La Taverne Bistrô + Cervejaria Wolkenburg
Dia 5: curtir a pousada
Como ir e onde ficar em Cunha
Cunha fica a cerca de 50km da Via Dutra (BR-116) e é em Guaratinguetá que está o acesso para a SP-171 que leva até a cidade. Essa rodovia tem 70km de extensão e possui duas denominações oficiais: Paulo Virgínio (do km 0 ao km 49) e Salvador Pacetti (do km 49 em diante), então você pode ver os dois nomes ao procurar pelas atrações no Google Maps.
Os aeroportos mais próximos são os de São Paulo, cidade a 230km e os do Rio de Janeiro, que está a cerca de 300km. Aproveite para procurar por ofertas de voos no Skyscanner.
É legal visitar o destino de carro, pois todos os pontos turísticos de Cunha estão fora do centro, na beira da estrada. Estão, mais precisamente, na SP-171, que após 70km se torna a Estrada Cunha Paraty, uma das mais cênicas do Brasil.
Prepare-se, pois são muitas curvas, poucos acostamentos, mas é no intervalo de mais ou menos 25km entre a “rua dos ateliês de cerâmica” e o Mirante da Estrada Cunha Paraty que se concentram as melhores atrações de Cunha.
Por isso é importante estar de carro, e se você precisar alugar um para visitar o destino, use o buscador Rentcars.com para encontrar as melhores ofertas das locadoras disponíveis.
Para ir de ônibus, confira o site da viação São José, que oferece alguns horários por dia a partir de Guaratinguetá. Será preciso contratar um táxi para visitar os atrativos.
E para chegar a Guará de ônibus, use a viação Sampaio a partir do Rio de Janeiro, ou as viações Cometa ou Pássaro Marron a partir de São Paulo.
Cunha: pousadas bem-avaliadas
E como a maior parte das atrações dessa lista do que fazer em Cunha estão na estrada, é uma boa ideia se hospedar em uma das pousadas ou hotéis-fazenda localizados perto da rodovia.
Normalmente são opções em meio à natureza. Se escolher uma pousada com restaurante em Cunha, você poderá almoçar em um dos restaurantes da estrada, e jantar na pousada mesmo.
Confira a Pousada da Mata, que tem duas piscinas, quartos com vista da floresta e hidromassagem, e fica bem na beira da estrada, perto do Lavandário.
A Pousada dos Anjos também está em meio à natureza, bem na borda estrada, com vista linda, e apesar de não ter hidromassagem, tem restaurante e opções de quartos com cozinha.
A Pousada Antigo Caminho Do Ouro é outra no mesmo estilo que também conta com boa avaliação e restaurante, inclusive, aberto ao público.
Se a ideia é algo mais econômico, confira a Pousada Meu Bukadin de Terra, que tem ótima localização e avaliação. Não tem café da manhã, mas tem cozinha. A Pousada Pedacinho do céu tem quartos família com café da manhã e preços bem em conta.
Se quiser se hospedar no centro de Cunha, confira o Hotel do Parque ou o Hotel Vila de Cunha, que contam com café da manhã e estacionamento, e têm ótima avaliação.
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O QUE FAZER EM CUNHA SP: INFORMAÇÕES SOBRE OS PONTOS TURÍSTICOS
Todos os pontos turísticos da Rodovia SP-171 contam com estacionamento, mas em alguns pontos da estrada o acostamento é meio ruim para entrar: tenha atenção ou aguarde uma “baia de emergência” para fazer um retorno.
Cervejaria Caminho do Ouro | Charcutaria Estação Dom Pedro | Chocolates Imperatriz
No mesmo complexo da cervejaria estão o container da charcutaria e a loja de chocolates. Então, é fácil parar e já visitar os três.
Na charcutaria que imita uma locomotiva, além dos embutidos, tem outros produtos artesanais, como geleias, queijos e doces locais.
Já na loja de chocolates, além de encontrar opções com chocolate belga ou brasileiro, tem cafeteria e lanches. Vale a pena levar uns chocolatinhos pra comer em casa.
Para começar na cervejaria, peça a régua de degustação com 7 cervejas, e para acompanhar, peça a porçãozinha de quibe, que é divina.
Ah, e não se esqueça de observar a Capela de São José da Boa Vista lá embaixo, cercada pelas montanhas.
- Funcionamento: diariamente, das 11h às 18h
Vinícola Monte Boa Vista
A vinícola tem uma vista muito bonita da serra e um ambiente bastante agradável para uma degustação de vinhos. A degustação de 5 rótulos custa R$ 50 (abr/2024) e tem um cardápio com algumas opções de antepastos e bruschettas para acompanhar.
Dos vinhos eu gostei, mas o atendimento é muito lento, ainda bem que não pedimos nada pra comer. Fique atento à entrada da vinícola, por ser de terra, pode ficar escorregadia em dias de chuva.
- Funcionamento: diariamente, das 10h às 18h
Fazenda Aracatu
Essa atração no km 56 da Rodovia SP-171 é um misto de café, sorveteria, empório, queijaria, em um casarão que reproduz o cenário de uma casa na roça, com fogão a lenha e algumas antiguidades.
Além de degustar e levar pra casa os produtos fabricados por eles com leite de vaca Jersey (o queijo cremoso é uma delícia!), você pode saborear bolos (destaque para o bolo de pinhão!), caldinhos e outras opções caseiras.
- Funcionamento: diariamente, das 9h às 17h
Moara Café
Sem dúvida esse é um dos pontos mais visitados de Cunha, e ao chegar lá você vai entender o motivo: o ambiente é muito gostoso, com mesas ao ar livre, como se estivesse em um enorme quintal.
Nós adoramos a torta banoffee s2.
- Funcionamento: diariamente, das 19h às 18h
O Lavandário
Atrativo mais famoso de Cunha, o campo de lavandas tem flores o ano inteiro em seus mais de 40 mil pés de várias espécies de lavanda! Fica em uma propriedade particular, e conta com café, loja e spa.
A vista das montanhas é muito bonita e disputada no horário do pôr do sol. A dica é chegar por volta das 16h, visitar e aguardar o sunset.
O Lavandário fica a cerca de 8km do centro de Cunha, no km 54,7 da Rodovia SP-171.
- Funcionamento: sexta a domingo e feriados, das 10h ao final do por do sol (entrada até às 16h30)
- Entrada: R$ 20 (ago/2024) – menores de 12 e pessoas acima de 60 anos pagam metade
Contemplário
Este é outro campo de lavandas em Cunha, que também tem plantação de ervas aromáticas, além de um caminho florido com decks para observação.
O Contemplário tem loja e café, e fica a cerca de 15km do centro de Cunha, no km 61,5 da Rodovia SP-171.
- Funcionamento: de quinta a segunda, das 10h às 18
- Entrada: gratuita
O Olival
Você já visitou um campo de oliveiras? Este ainda está em fase inicial de produção, com pomar de quatro variedades: Grappolo, Koreineki, Arbequina e Maria da Fé, em plena Serra do Mar.
No Bistrô do Olival é possível experimentar pratos, sobremesas, e até drinks com o azeite. Nós adoramos tudo que provamos no Menu de 3 passos (R$ 93 por pessoa).
O atrativo ainda oferece algumas experiências, como a visita guiada com degustação de azeites (R$ 35), e a análise sensorial de azeites (R$ 55) – confira no site os horários.
Quando estivemos lá não se formou grupo, então não conseguimos fazer uma das experiências. Uma pena, mas a gente já tinha feito uma visita parecida em Maria da Fé, cidade mais fria de Minas, que produz o primeiro azeite extra virgem brasileiro.
O Olival fica a cerca de 13km do centro de Cunha, saída no km 58,3 da Rodovia SP-171.
- Funcionamento Bistrô: diariamente, das 12h às 17h
Canto das Cachoeiras
Quer aproveitar a natureza em Cunha? Esse ecoparque é um lugar agradável para aproveitar nos dias ensolarados, mesmo que não vá entrar na água da cachoeira.
Tem mirante, trilha leve em meio à mata, bar perto da cachoeira, redário e restaurante.
O Canto das Cachoeiras fica a 12km do centro de Cunha, no km 2,5 da Estrada Municipal do Paraibuna, no Portão Cunha, acesso perto do Café Moara.
- Funcionamento Ecoparque: diariamente, das 9h às 17h
- Funcionamento bistrô: de sexta a segunda, além de feriados e emendas, das 12h às 15h
- Entrada: R$ 15 (abr/2024)
Parque Estadual da Serra do Mar
O parque representa a maior porção contínua preservada de Mata Atlântica no Brasil. São mais de 360 mil hectares envolvendo 25 municípios paulistas, desde a divisa com o Rio de Janeiro até o litoral sul de São Paulo.
O Núcleo Cunha conta com diversas trilhas, sendo que algumas exigem guia e outras são autoguiadas. São vários níveis, sendo a mais fácil com apenas 1,1km. Veja as opções no site.
O acesso até o Núcleo Cunha do Parque Estadual da Serra do Mar fica no km 56,2 da Rodovia SP-171. Siga a placa à direita que leva até a Estrada de Paraibuna (não pavimentada), com cerca de 20km até a entrada do parque.
- Funcionamento: quarta a domingo, das 8h às 16h
- Entrada: R$ 19 (abr/2024)
Pedra da Macela
Com 1840m de altitude e bem na divisa entre RJ e SP, a Pedra da Macela é um dos pontos turísticos famosos de Cunha por causa da vista do litoral da Costa Verde, Paraty e até de alguns picos da Serra da Mantiqueira.
O acesso fica a 20km do centro de Cunha, no km 65,5 da Estrada Cunha-Paraty, passando por uma estrada não pavimentada de 4km até a entrada para a trilha.
A trilha é, na verdade, uma estrada de concreto de apenas 2km, mas bastante íngreme. Dependendo do preparo físico, dá para subir entre 45 minutos a 1h30min.
Dicas: passar pra ver a cachoeira do Mato Limpo, que está na beira da SP-171 a 400m do acesso à estrada da Pedra da Macela, e esticar também até o Mirante da Estrada Cunha-Paraty, que está a menos de 5km, sentido Paraty.
Se visitar a Pedra da Macela ou a cervejaria, cogite almoçar no La Taverne Bistrô, restaurante muito bem-avaliado que fica no mesmo caminho.
Outras cachoeiras de Cunha são a do Pimenta e a do Desterro, que se localizam no mesmo trajeto de 10km pela Estrada do Monjolo.
Cervejaria Wolkenburg
Essa cervejaria de Cunha está na mesma estrada para a Pedra da Macela, então vale a pena combinar os dois lugares.
São 2,8km de estrada não pavimentada até a cervejaria (há placas), após entrar na estrada secundária no km 65,5.
A cervejaria produz alguns rótulos de acordo com a lei de pureza alemã, que você também encontra para comprar no Mercado Municipal de Cunha.
- Funcionamento: sábados, domingos, feriados e suas emendas, das 11h às 17h
O QUE FAZER EM CUNHA: ATRAÇÕES NO CENTRO DA CIDADE
- Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição: erguida nos primeiros anos do século XVIII, cercada pelas primeiras ruas de Cunha (veja as fotos antigas em volta da igreja, posicionadas em lugares estratégicos para que a gente entenda o antes e depois da cidade).
- Igreja do Rosário e São Benedito: construída em 1793.
- Mercado Municipal de Cunha: para comprar artesanato ou produtos artesanais locais, como doces, cervejas, conservas de pinhão, entre outros.
- Casa Santo Antônio: produz móveis de madeira maciça e objetos decorativos de madeira.
- Casa do Artesão: para comprar artesanato e peças utilitárias ou decorativas de cerâmica, madeira, tecido, prata, papel, lã, sementes, MDF, PVC e material reciclável (garrafas, vidros em geral e madeira de demolição), entre outros, de mais de 60 artistas e artesãos locais (saiba mais no site).
- Também tem várias lojas de artesanato menores no centro histórico de Cunha.
ATELIÊS DE CERÂMICA EM CUNHA:
Cunha é considerada um importante polo de cerâmica do Brasil, graças à sua diversidade técnica e estética de produção, que lhe confere a denominação de “cerâmica de autor”.
São dezenas de ateliês abertos à visitação com peças inspiradas em diferentes estilos, com destaque para as orientais, feitas no forno Noborigama, caracterizado por muitas horas de queima.
Além deste tipo de queima, Cunha também conta com fornos Raku, fornos a gás, fornos elétricos e fornos ocidentais a lenha.
No bairro Vila Rica, pertinho da Rodovia SP-171, está a maioria dos ateliês, principalmente nas ruas Gerônimo Mariano Leite, Alcides Barbeta e Paulo Jarbas da Silva.
Acho que vale a pena circular pelo bairro observando as indicações nas placas ou nas próprias fachadas dos ateliês e visitar todos. Mas se você estiver com pouco tempo, recomendo pelo menos três entre os que visitei:
- Atelier de Cerâmica Suenaga & Jardineiro: um dos mais famosos. Realmente, mais do que uma loja, é uma galeria de arte com peças lindíssimas. Tente ir numa abertura de forno (veja as datas no instagram).
- Casa do Oleiro: peças inspiradas nas famosas cerâmicas de Talavera de la Reina, Toledo (Espanha).
- Gaia Arte Cerâmica: peças com influência mourisca e indo-europeia no design.
Mas são muitos ateliês:
- Ateliê Mieko e Mário
- Carvalho Cerâmica
- Ateliê Cristiano e Sandra Quirio
- Ateliê Clélia Jardineiro
- Ateliê Adamas
- Atelier Gallery Tokay
- Ateliê da Gouze
- Ateliê de Cerâmica Flávia Santoro
- Oficina de Cerâmica
- Ateliê Gê de Castro
- Ateliê Gralha Azul
- Cerâmica Toledo
- Ateliê Cheiro da Terra
- Atelier do Antigo Matadouro
Quando ir
Eu acho que a melhor época para visitar Cunha e aproveitar o clima serrano é durante os meses mais frios, durante o outono e o inverno. Mas a cidade pode ser visitada durante o ano inteiro, e se for durante a primavera ou o verão, dá até para aproveitar as cachoeiras, ou conciliar com Paraty.
Atente-se para o calendário de eventos em Cunha, como o Festival do Queijo, Festival de Inverno, Festa do Pinhão (abril a maio) e outros.
Mas o destaque é o Festival de Cerâmica de Cunha, que acontece em outubro, com exposição coletiva de todos os ceramistas da cidade.
+ destinos de inverno:
Para conciliar:
Conte pra gente nos comentários se você gostou das nossas dicas de Cunha. Boa viagem!
por Camila Coubelle
Achei ótima as dicas, fez com que eu tirasse qualquer dúvida em ir ou não ir para Cunha, ajudou bastante em montar uma programação quanto aos passeios no centro e nos seus pontos turísticos, muito obrigado