O Monte Roraima é uma das montanhas mais surpreendentes da América do Sul e do mundo. Em forma de tepui, que é semelhante a uma mesa, fica na Gran Savana, mas compreende Brasil, Venezuela e Guiana. É um ponto totalmente inóspito do planeta e guarda milhares de segredos.
Um trekking pelo Monte Roraima exige, além de preparo físico e responsabilidade, um planejamento sério. Por isso, nós organizamos esse guia completo com tudo que você precisa saber para visitar o Monte Roraima.
Monte Roraima: como ir, como é a trilha, como contratar, preços, dicas e muitos mais
- Onde fica e por que ir
- Mapa do Monte Roraima
- Tipos de tour (preços, como funciona, etc)
- Quando ir
- Como chegar (e pousadas em Boa Vista e em Santa Elena de Uairén)
- Planejamento antes da viagem (documentos, seguro, etc)
- Como são os “hotéis” (acampamentos) e o banheiro
- O que levar
- Atrações do trekking no Monte Roraima
Monte Roraima: onde fica e por que visitar
Com a marcação oficial de 2.734 metros de altitude, o Monte Roraima é o 7º ponto mais alto do Brasil, mas uma das suas peculiaridades é que ela se estende por três países – Venezuela, Brasil e Guiana.
Entre as formações geológicas mais antigas da Terra, está em um dos mais antigos e exóticos lugares do planeta, com cerca de dois bilhões de anos.
Ele integra o grupo de montanhas chamadas de Tepui, com relevo raro em forma de mesa e tem o topo plano com cerca de 31 quilômetros quadrados.
Uma expedição para chegar ao cume do Monte Roraima e visitar as principais atrações leva entre 7 e 10 dias, e percorre cerca de 100 quilômetros no total (dependendo das atrações visitadas), mas a opção mais comum é a de 8 dias de trekking.
Embora a trilha comece na Venezuela, o melhor destino para quem pretende ir é Boa Vista, capital de Roraima.
De lá, é possível seguir para Pacaraima, última cidade brasileira antes de atravessar a fronteira para a Venezuela.
Depois dos trâmites na aduana, é preciso seguir para Santa Elena de Uairén, cidade-base de onde saem os transportes para o início da trilha, na comunidade indígena de Paraitepuy. Esse transporte está incluído no pacote.
Monte Roraima: quantos dias dura?
A experiência de fazer a trilha do Monte Roraima exige entre 10 e 12 dias, incluindo dias de chegada, de partida e locomoção.
Monte Roraima: mapa
Monte Roraima: tipos de tour, preços e como contratar
É possível organizar uma expedição para o Monte Roraima de diferentes formas, com variados custos, sendo que ter um guia é obrigatório.
Ou seja, não é permitido visitar por conta própria. Além do guia, é obrigatório ter um carregador de banheiro, que transporta a tenda usada como banheiro, e os dejetos em cal.
Direto com os guias
A forma mais barata é contratar um guia da comunidade Paraitepuy antecipadamente. Ele organiza o transporte de jipe de Santa Elena ao início da trilha, carregador (eles chamam de porteador) de banheiro, permissões de entrada no parque, barracas, e alimentação completa.
Carregadores de todo o equipamento estão inclusos, e você caminha apenas com uma mochila cargueira, mas é possível contratar um carregador para sua mochila e caminhar leve. O pacote de 8 dias custa em torno de R$ 1400 (mar/2020).
Contatos do nosso guia:
Imeru Alfonzo: WhatsApp +58 414-1502438 │ +58 416-4116569 │ [email protected]
Outros guias:
Gregory Lanz [email protected] Facebook
Leopoldo Pilar Gonzales +58 424-911-5872
Heber Herrera Arismendi +58 416-0948792
Meru Pahi / Leonida Cliffe +58-414-185-119
Com agências brasileiras
Duas das mais conhecidas são a Roraima Adventures e a Pisa Trekking. Nesse caso, eles organizam tudo e oferecem alimentação e camping. Há opções de transporte a partir de Boa Vista. Preços variam entre R$ 3 mil e R$ 4 mil, dependendo do número de dias e do roteiro.
Com agências na Venezuela
Em Santa Elena há algumas agências, como a Extremo Ancestral, que cobram mais barato do que as agências brasileiras, em torno de R$ 2 mil (mar/2022).
Por conta própria
Contratando um guia na comunidade Paraitepuy – para isso você deve contratar um jipe (contato: Rainer +58 416 868 7574) para ir de Santa Elena à comunidade Paraitepuy e acertar tudo (guia, porteadores e autorizações) diretamente na comunidade.
Lá há opções de hospedagem e restaurantes caso seja preciso alguns dias para resolver isso, mas com sorte, creio que dois dias bastam. Essa opção é mais econômica, mas é preciso estar com tempo e com seu grupo fechado.
Pacotes personalizados
Nós escolhemos contratar um guia, fizemos alguns esforços para tornar a experiência mais barata e personalizamos os trajetos e os pontos a serem visitados.
Fizemos contato com diversos guias, solicitamos orçamentos e combinamos previamente com o guia Imeru Alfonzo, que se revelou posteriormente uma excelente escolha: grande conhecedor, ótimo escalador e muito preparado e atencioso.
Para personalizar o pacote, nós fomos com um grupo fechado com 6 pessoas e escolhemos levar toda a nossa alimentação e material de acampamento. Nesse caso, nós tínhamos que levar e preparar as refeições.
Nós modificamos o roteiro tradicional das agências e guias a fim de visitar a Proa e outras atrações no topo do Monte Roraima que não estão inclusas nos roteiros tradicionais.
Éramos um grupo com bastante preparo físico, andamos o dobro da distância normalmente percorrida, subimos até o cume em um dia e meio (normalmente são dois e meio), entre outros esforços que nos permitiram uma experiência bem completa.
Do jeito que fizemos, economizamos cerca de R$ 400 reais em relação aos preços praticados na época (R$ 1200, em fevereiro de 2017), mas tivemos trabalho extra para organizar tudo, e claro, nossos dias eram mais cansativos. Confira nosso artigo sobre como organizar um trekking personalizado ao Monte Roraima.
Se estiver com um grupo fechado, ainda é possível personalizar o roteiro junto a um guia local para visitar outros pontos. E isto, sem o nosso esforço, ou seja, incluindo alimentação e acampamento. Essa seria minha escolha hoje.
OBS.: Há uma taxa para entrar no Parque do Monte Roraima no valor de R$ 50 (mar/2023), somente em dinheiro.
Qual melhor época para ir ao Monte Roraima?
A montanha pode ser visitada durante o ano inteiro, e embora tenha um período mais chuvoso do que o outro, está sujeita a uma condição climática que garante chuvas constantes. Considero o período de novembro a março a melhor época para visitar o Monte Roraima.
De novembro a março:
As chuvas dão uma trégua, mas não somem, rs. Saiba também que a neblina é constante em alguns pontos do Monte Roraima. Jamais esqueça a capa de chuva e algumas sacolas plásticas para guardar coisas molhadas se necessário.
Como é preciso dedicar pelo menos sete dias para a aventura, muitas pessoas escolhem o período do Réveillon, Carnaval ou Semana Santa, épocas em que o Monte Roraima fica bem cheio e pode ser mais difícil encontrar vagas nos locais de acampamento.
A temperatura no cume oscila bastante. De dia o tempo pode esquentar, mas de noite, a sensação térmica fica abaixo de zero. Tanto que é proibido dormir fora dos “hotéis” (acampamentos).
De abril a outubro:
As chuvas são mais densas e dificultam a caminhada. Os rios que precisam ser atravessados antes do cume (Tek e Kukenan) e no cume (Abaporô e Cotinga, dependendo dos pontos que você vai visitar) sobem de nível e isso pode impedir a passagem.
A vantagem é que as cascatas gigantes que despencam pelas paredes dos tepuis ficam mais cheias e mais incríveis.
Outro detalhe é que as trilhas e locais de acampamento ficam mais vazios.
Como chegar em Boa Vista, capital de Roraima
Boa Vista é uma capital brasileira bastante afastada, até mesmo dos estados vizinhos. A melhor forma de chegar é de avião, através do Aeroporto Internacional de Boa Vista – Atlas Brasil Catanhede (BVB), que recebe voos de diferentes companhias aéreas, a partir de diversos pontos do Brasil.
Ele fica a apenas 3,5km do centro da cidade, e a melhor forma de sair do aeroporto é de Uber ou táxi. A estimativa do Uber até o centro é de R$ 15 a R$ 25 (mar/2022) e os táxis da empresa Unitaxi (95 3198-0116) cobram R$ 60 (mar/2022) .
Aproveite para conferir ofertas de passagem aérea para no site ou Skyscanner.
Quem está em Manaus, pode viajar de ônibus até Boa Vista. São cerca de 10 horas através da viação Eucatur. Inclusive, é uma boa ideia conciliar as duas regiões. Foi o que eu fiz!
Hospedagem em Boa Vista
Se precisar pernoitar uma noite cidade na ida ou na volta do Monte Roraima, a dica é ficar no centro, perto da Praça das Águas. É onde está a maior concentração de restaurantes, lanchonetes, e algumas atrações que podem ser visitadas a pé.
O Hostel Roraima é uma opção com café da manhã, e quartos compartilhados e privativos. Na mesma faixa de preços está o Hotel Giselle Boutique, com café da manhã. A 4km do centro, o Hotel Hostel Caçari é um dos que tem a melhor avaliação.
E a 7km do centro, o Ibis Styles Boa Vista é uma opção que promete mais conforto, e conta com restaurante.
Como ir de Boa Vista a Santa Elena de Uiarén
Os pacotes das agências brasileiras podem incluir o translado a partir de Boa Vista. Mas caso seja necessário chegar na cidade por conta própria, saiba que a viagem leva cerca de 3 horas.
Além disso, é preciso para na fronteira para resolver a documentação antes de seguir até Santa Elena, que está cerca de 10 minutos depois da fronteira.
Lembre-se que lá tem fuso horário com uma hora a menos em relação ao horário de Brasília, e que as aduanas costumam ter fila. Veja no final a documentação necessária.
Funcionamento da Aduana Venezuelana: 8h às 18h
Funcionamento da Aduana Brasileira: 08h às 21h
Táxi Lotação
Sai de um terminal próprio em Boa Vista e trabalha naquele esquema de que o carro sai quando completa o número passageiros.
Dependendo do seu grupo, vale a pena fechar até sem completar, e é possível deixar reservado. Custa R$ 50 por pessoa (abr/2020).
Cooperativa de Transporte Alternativo de Pacaraima e Boa Vista – COOTAP
Lotação de passageiros, Fretes e Encomendas. Pontos de saída:
- Terminal do Caimbé em Boa Vista:(95) 3623-0017 | 3625-1214
- Terminal Rodoviário em Pacaraima: (95) 3592-1047 | 3592-1622
- Táxi do Mineiro: (95) 98109-8008 e seu filho Daniel (95) 99156-3828
OBS.: há opções que cabem até 6 pessoas, com a bagagem amarrada em cima.
Ônibus
Os preços variam entre R$ 30 e R$ 40 (mar/2022) com a viação Asatur (95 3624-4171), que partem da Rodoviária de Boa Vista (95 3623-9446).
Os ônibus vão até Pacaraima, e depois de atravessar a fronteira, pode-se pegar um táxi até o centro de Santa Elena. Alguns guias buscam na fronteira, se previamente combinado.
Hospedagem em Santa Elena de Uiarén
Caso contrate uma agência ou guia na Venezuela, talvez seja necessário passar uma noite em Santa Elena, que apesar de viver do turismo, não tem uma boa estrutura.
Algumas opções de hospedagem recomendadas são a Posada l’AUBERGE, onde nós ficamos. Ela fica no centro (contato através do [email protected] ou pelo site.
E o Hotel Villa Fairmont (WhatsApp: +58 424-2998553), que também está nesse link do Airbnb.
Planejamento do trekking no Monte Roraima:
- Brasileiros não precisam de passaporte ou visto para entrar na Venezuela. Basta o RG em bom estado de conservação e com menos de 10 anos de expedição.
- É obrigatório ter um Certificado de Vacinação contra Febre Amarela.
- Não é obrigatório fazer seguro viagem para visitar a Venezuela, mas é altamente recomendável. Compare os preços de várias seguradoras aqui e pague parcelado no cartão, ou com desconto no boleto bancário no Seguros Promo. Use nosso cupom de desconto: VIDASEMPAREDES15
- Como pernoitamos em Santa Elena, trocamos dinheiro lá (reais para bolívares), com o auxílio do nosso guia. Entretanto, mesmo quem contrata o pacote completo lá, pode negociar o pagamento em reais e não há necessidade de levar dinheiro, pois os gastos extras são raros, e costumam aceitar reais.
Como são os “hotéis” (acampamentos) do Monte Roraima
Os acampamentos durante o trekking do Monte Roraima acontecem nas proximidades dos rios no trajeto antes de alcançar o cume, e em grutas e cavernas localizadas no topo da montanha.
Essas grutas chamadas de “hotéis” são importantes para se abrigar das temperaturas baixas e chuvas constantes do topo. Inclusive, quando fizemos essa trilha nos disseram que era proibido acampar fora desses locais específicos.
Alguns hotéis são pequenos e comportam algo em torno de cinco barracas, outros abrigam dezenas. Em algumas ocasiões, em alta temporada como Réveillon, Carnaval e Semana Santa, algumas cavernas ficam cheias. Interessante é que existem fontes de água perto dos “hotéis”, onde podemos reabastecer.
No trecho de 22km entre a aldeia Paraitepuy e a base do Monte Roraima existem quatro pontos de acampamentos:
- Rio Tek – 11km de Paraitepuy
- Rio Kukenam – 7km do Tek
- Acampamento Militar – 2km do Kukenan
- Acampamento Base – 2km do Militar
Os roteiros tradicionais costumam pernoitar em dois pontos antes do ataque ao cume, sendo a primeira noite às margens do Rio Tek ou do Rio Kukenan, e a segunda noite no acampamento Base. No nosso caso, fomos direto até o acampamento Militar, andando 20km no primeiro dia, e fazendo o ataque ao cume na manhã seguinte.
É preciso atravessar os rios, que são caudalosos e cheios de pedra. Uma dica é levar uma meia extra para atravessar, o que deixa as pedras menos escorregadias. O entorno dos rios é cheio de um mosquitinho terrível.
A “rampa” é a subida de 4km que vai da base ao cume do Monte Roraima, um trecho bastante íngreme, mas com uma vista surreal, incluindo o Paso de Lágrimas.
Acampamentos no topo
O hotel El Índio e o hotel Principal são dois dos mais utilizados no cume do Monte Roraima, bem amplos. O primeiro está localizado cerca de 5km após o ponto de chegada no cume. Geralmente, os pernoites no cume são feitos em um único hotel, de forma que durante os dias no topo, o grupo sai só com a mochila de ataque para visitar os pontos de interesse, e retorna à noite.
Já o hotel Quati, cerca de 14km depois do ponto de acesso ao cume, é uma opção para quem pretende visitar atrações mais distantes e menos comuns da montanha, como a La Proa.
Confira mais fotos e informações no nosso artigo sobre os acampamentos no Monte Roraima.
E o banheiro?
A tenda é montada próxima ao acampamento e permite uma certa privacidade. No nosso caso, tinha um banco que imita o vaso sanitário, com tábua e um suporte para uma sacola plástica, onde os desejos são ressecados com cal.
O carregador responsável pelo banheiro reúne todas as sacolas e “guarda” em pontos estratégicos até o retorno do grupo, quando ele passa recolhendo tudo para o descarte.
O que levar para o Monte Roraima
Para o trekking e o camping:
- 1 mochila cargueira (a minha é de 55L.)
- 1 mochila de ataque
- Capa de chuva (INDISPENSÁVEL!)
- 1 isolante ou colchonete inflável
- 1 saco de dormir com extremo de pelo menos 5ºC
- Bastão de trekking (opcional)
- Garrafa ou bolsa de água (2L.)
- Lanterna
- Saco estanque
- Sacos plásticos para lixo, roupa suja, roupa molhada, etc
- Câmera fotográfica
- Baterias e pilhas extras
- Carregador portátil
- 1 calça de microfibra
- 1 calça legging (extra)
- 2 blusas com proteção solar manga longa
- 1 corta vento impermeável
- 1 ou 2 blusas dry fit manga curta
- 1 top
- 1 roupa de banho
- 1 luva
- 1 boné
- 5 meias
- 1 bota
- 1 chinelo, crocs ou papete
Para higiene pessoal:
- 1 toalha de microfibra
- Sabão biodegradável
- Papel higiênico
- 2 pacotes de lenço umedecido
- Álcool gel
- Pente
- Desodorante
- Escova de dente, pasta de dente e fio dental
- Protetor solar e protetor labial
- Repelente (no topo não tem mosquitos, mas nos acampamentos próximos aos rios, sim)
Extras:
- Clor-in
- Fita adesiva
- Lanche de trilha
- Caneta e caderninho de anotações
- Apito, cordeletes
- Kit de primeiros socorros
- Cobertor de emergência. É uma recomendação minha, muito útil tanto para dormir, quanto para usar na mochila de ataque para uma eventual emergência.
Atrações do trekking no Monte Roraima
O Monte Roraima é uma montanha com um grande número de atrações em seu cume. Seu formato de Tepui ajuda, e seu relevo raro em forma de mesa está entre as formações geológicas mais antigas da Terra. São cerca de 31 quilômetros quadrados em seu topo “plano”.
A verdade é que o gigantesco platô não é plano, e sim, com vários desníveis e todo encrustado de formações rochosas e belezas exóticas com mais de dois bilhões de anos.
A montanha é repleta de mirantes com vistas para cascatas gigantescas e para os outros tepuis da Gran Savana, como o Kukenan.
São muitas fontes de águas, plantas endêmicas, pedras antropomórficas, cavernas, labirintos e uma diversidade gigante de belezas naturais. A grandiosidade é tanta que muitas ainda não foram catalogadas e eu suspeito que muitas coisas sequer foram descobertas.
As atrações visitadas durante um trekking de 9 dias (3 noites no topo) são o Ponto Tríplice, o El Fosso, o Vale dos Cristais, a Pedra Maverick, as Jacuzzis, o Mirante La Ventana e o Salto Catedral. Com 10 dias (4 noites no topo), o tour inclui o Lago Gladys e o mirante do Roraiminha, entre outras atrações.
No caso da nossa expedição personalizada, visitamos outras atrações que geralmente não estão inclusas nos roteiros tradicionais, como a Proa, o cânions de Los Guacharos, o Marco do IBGE no ponto culminante do lado brasileiro, entre outros. Veja a lista de atrações abaixo.
1. Rios Tek (ou Tök) e Kukenan
Esses são os dois grandes cursos de água que nascem nos tepuis da Gran Savana. Ambos são pontos de acampamento e precisam ser atravessados durante a escalada do Monte Roraima.
Se as chuvas forem intensas os níveis sobem e fica mais complicado atravessar.
2. Mirante La Ventana
É o mirante mais sensacional do Monte Roraima, na minha opinião. A La Ventana reúne a imensidão verde da floresta amazônica e cascatas gigantescas que despencam sobre os paredões dos tepuis.
Tudo ali é tão grandioso e imponente que me fez ficar vidrada com tamanha beleza. A foto abaixo não é capaz de mostrar nem um décimo da maravilha do lugar.
3. Los Jacuzzis
Essas piscinas naturais de águas transparentes são uma materialização do paraíso. Os Jacuzzis são cercados por formações rochosas e forrados com pequenas pedrinhas que formam reflexos cintilantes em tons dourado e esverdeado nas águas – mágica da natureza!
Para alguns, o único defeito pode ser a temperatura da água. Mas quem anda comigo sabe que adoro água gelada, então, o lugar é perfeito!
4. La Rampa e El Paso de las Lagrimas (Passo das Lágrimas)
O nome poético combina muito bem com o momento, a subida final árdua e sem trégua do paredão. Trata-se de um trecho de caminho na rampa de subida de onde caem milhares de gotas. Se chover, as lágrimas viram uma “choradeira”, rs.
5. Punto Triple – Tríplice Fronteira entre Brasil, Guiana e Venezuela
O monumento piramidal é um dos pontos mais visitados do Monte Roraima e marca a fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana.
Fica em um ponto muito bonito do cume do Monte Roraima, sobre um chão de pedras.
6. El fosso
Uma piscina intrigante de águas alaranjadas. Além do paredão redondo de 6 metros abaixo do nível do solo que abriga as águas, há várias galerias internas, por onde é possível descer até o poço.
7. El Maverick
O maciço rochoso de forma alongada lembra o automóvel Maverick e é considerado o ponto mais alto do Monte Roraima, com 2.875 metros de altitude.
Fica próximo da “porta” do cume e tem uma vista linda do imenso paredão, que infelizmente, ficou encoberta no momento da foto abaixo.
8. Valle de los Cristales – Vale dos Cristais
São milhares e milhares de pequenos cristais de quartzo branco, em formatos que aguçam a curiosidade na tentativa de descobrir com o que se parecem.
Alguns são redondos como pequenos ovinhos, outros compridos, outros estão incrustados em enormes rochas. Há vários locais no cume do Monte Roraima repleto de cristais, esse na foto abaixo foi o mais bonito.
9. Lago Gladys
Distante cerca de 3 horas de caminhada a partir do acampamento Quati, o lago com atmosfera misteriosa e de rara beleza fica na parte guianense do Monte Roraima.
Quase sempre encoberto, mas tivemos sorte de admirá-lo com e sem neblina.
10. Tepui e Salto Kukenan
O tepui vizinho é tão incrível quanto o Roraima, e desde o início da trilha avistamos ambos, um ao lado do outro. Não são os únicos. É possível ver vários deles, mas os dois se destacam.
À medida que nos aproximamos, e também de alguns mirantes do cume do Monte Roraima, avistamos o filete de água, delicado – mas enorme – do Salto Kukenan com seus 610 metros é uma das maiores quedas do mundo, não oficialmente, visto que só se forma com chuvas.
11. Pedras Antropomórficas
Principalmente no lado venezuelano, há diversas pedras com formatos que lembram pessoas ou animais, incluindo as que estão em alguma situação inusitada, como a Tartaruga Voando, uma das mais conhecidas.
Há a Pedra do Macaco, do Elefante, do Lobo Feroz, do Escorpião e outras. Quanto maior sua criatividade, maior será seu deslumbramento com essas atrações.
12. Oreophrynella quelchii – o sapinho preto minúsculo
O sapinho preto é praticamente um símbolo do Monte Roraima, endêmico do tepui. O melanismo é um fenômeno comum ali, para se proteger da radiação ultravioleta.
Acho que é uma das atrações da montanha e faz até pose para foto! Ele é tão primitivo que nem pula, não foge, mas isso não significa que você precisa pôr a mão.
13. Plantas endêmicas do Monte Roraima
Muitas das plantas no cume do Monte Roraima só existem nos tepuis. A acidez orgânica contribuiu para que algumas plantas encontrassem alternativas para conseguir nutrientes, tornando-se carnívoras.
Também há densas florestas pré-históricas de samambaias, bromélias carnívoras, pelo menos 30 espécies de orquídeas belíssimas e outras espécies que são a materialização da beleza e uma atração a parte para quem visita essa montanha.
14. Marco do IBGE no lado brasileiro do Monte Roraima
O marco aponta o ponto culminante da parte brasileira do Monte Roraima. Fizemos questão de conhecer para ter a sensação plena de que estivemos de fato no 7º ponto mais alto do Brasil. Fica a cerca de 25 minutos do acampamento Quati.
15. La Proa
É o mirante que fica no ponto mais setentrional do Monte Roraima, no extremo oposto, de difícil acesso e quase sempre coberto por névoa. Para alcançá-lo é preciso levar cordas e atravessar um enorme cânion. O visual que poucas pessoas no mundo tiveram a chance de ver é recompensador.
O paredão tem uma saliência com vista para uma cascata, mas o clima ali muda o tempo todo e não conseguimos fazer uma foto antes de ficar tudo encoberto.
16. Montanhas Aleluia
Essas belíssimas formações rochosas ficam depois do Ponto Triplo e do El Fosso e antes de El Paso de la Soledad. São algumas das maiores e mais curiosas esculturas de pedra de lá.
17. Poço das Salamandras
Tão bonito quanto o lago Gladys, porém, com águas cor laranja, enquanto o outro tem águas cinzas meio esverdeadas.
18. Rio Cotinga
Mesmo com a superfície formada por rochas metamórficas das mais antigas da costa terrestre, é quase inacreditável ver tantas fontes de água no cume.
Esse é mais um dos rios que nascem no Monte Roraima. Quis falar dele em separado dos outros, pois atravessamos ele no cume, e se as chuvas forem intensas, fica impossível atravessar.
19. Encuentro de las Catedrales – Encontro das Catedrais
O Encontro das Catedrais parece mesmo um lugar sagrado, de tão espetacular. São formações rochosas com diversas colunas que se alargam no topo, como que esculpidas.
20. Mirante Ponta de Pedra
É impressionante constatar como o formato dessa pedra parece ter sido esculpido propositalmente. A ilusão faz parecer que estamos muito mais à beira do precipício do que a realidade.
O visual também presenteia com cascatas gigantes sobre o paredão, a floresta densa e as cores só vistas por quem está acima das nuvens.
Fica após o lago Gladys, pouco antes do vale em que usamos cordas para ir até a Proa. Veja a foto na seção “Melhor Época”.
21. Mirante do Roraiminha
Esse mirante tem vista para um pequeno tepui chamado de Roraiminha, com 2.500 metros de altitude e todo cercado pela Amazônia.
Dele avistamos pontos brancos que, segundo nossos colegas pemons, são uma tribo indígena isolada. Mais uma visão surpreendente que o cume do Monte Roraima guarda, bem perto do Hotel Quati.
22. Mirador da Entrada
Seria redundante explicar sua localização. Uma coisa eu posso garantir sobre os diversos mirantes no cume do Monte Roraima: cada tem um visual panorâmico único e incrível.
23. Mirante do Abismo (lado da Guiana)
Próximo à La Ventana, é mais um dos inúmeros mirantes do Monte Roraima de tirar o fôlego, devido à tamanha beleza e grandiosidade. Esse tem vista para o lado da Guiana.
24. Valle del Arabopô e Rio Arabopô
O local muito bonito fica no caminho para o lago Gladys. Ali, se misturam os incontáveis pilares de rocha, a vegetação endêmica do Monte Roraima e as cores âmbar das águas do Rio Arabopô. Esse caminho é ótimo para ver as plantas carnívoras e orquídeas que só existem nos tepuis, citadas no próximo tópico.
O vale é todo rodeado pela Bonnetia roraimae, uma pequena árvorezinha vermelha que emoldura perfeitamente o rio.
25. Cânion de los guacharos
A fenda enorme e misteriosa é um ambiente perfeito para essa ave – os guacharos – que habitam bordas de cavernas.
Do alto do cânion, avistamos muitas paredes entrecortadas e tivemos a sorte de ouvir o som gritado que denunciava que elas estavam ali. Fizemos algumas fotos deles, mas ficou meio longe.
Já a gruta subterrânea cheia de fendas e fontes de água tem 12 quilômetros mapeados, embora seja maior que isso. Não fomos longe dentro dessa enorme caverna, mas as primeiras fontes de água ficam a menos de 1 quilômetro.
26. Lendas do Monte Roraima
Essas são as atrações intangíveis da Montanha roro ima, que significa grande verde azulado.
O lugar é rodeado de lendas e superstições. Para os indígenas pemons, o Monte Roraima é a “Mãe das Águas”, lugar de nascentes de rios e grandes cachoeiras. Também é morada de Makunaima e de espíritos guerreiros que ali descansam.
Por isso, é proibido gritar no cume do tepui, para não despertar a fúria de Makunaima. Por várias vezes nossos colegas pemons nos alertaram quando aumentávamos o som sem querer.
Segundo eles, Makunaima despeja uma tempestade em castigo. Lenda ou não, tivemos sorte com as chuvas!
Até o surgimento do tepui é ligado às crenças na tribo dos índigenas Macuxi. E cada uma das lendas e das crenças do Monte Roraima é tão interessante quando as formações únicas de lá!
27. Labirintos de Piedra
Uma das atrações menos exploradas do Monte Roraima à esquerda da trilha após o Hotel Quati, rumo à Proa. São muitos quilômetros de labirintos naturais de pedras gigantes que impressionam assim que avistados.
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Trilha do Pico das Agulhas Negras
Ficou alguma dúvida sobre esse lugar extraordinário que o Monte Roraima?
Guia para visitar o Monte Roraima – Brasil, Venezuela, Guiana
por Camila Coubelle
La información abarca muchos temas que interesan y ayudan a las personas que deseen ir al Roraima, sin embargo se obvia que el Roraima en la parte de Venezuela que es mayoritaria (85 %) se ubica en el Parque Nacional Canaima por lo cual se debe informar que existen ciertas prohibiciones o restricciones debido a la condicción de Parque Nacional, por lo cual se debiera agregar esta información. Gracias y saludos
Obrigada pelo feedback. Temos um post completo explicando as regras e está indicado no post, mas vou compartilhar aqui também: https://vidasemparedes.com.br/como-contratar-trekking-monte-roraima-com-guias/
Fique a vontade para contribuir com informações que estejam faltando nele. Obrigada!
Eu acho que nunca comentei posts assim, mas esse ele é tão perfeito e eu que só escrevo dicas no IG imagino o trabalho e a dedicação que tiveram, muito obrigado! Procurei no IG, mas não achei vocês. Parabéns mais uma vez, me animou e vou entrar em contato com um desses guias!
Obrigada pelo feedback e elogio! Nosso Instagram é @blogvidasemparedes (https://www.instagram.com/blogvidasemparedes/) Abraços
Ótimo relato, vai me ajudar muito no planejamento da nossa viagem. Parabéns!
Obrigada pelo feedback! 😉
Top. parabéns galera. Já estou programando a ida.
vlw
O melhor post que vi até hj sobre o Monte Roraima. Parabéns !
Meninas, que sonho! E que post excelente, parabéns! Espero um dia poder realizar este sonho e usar as dicas de vocês. Abraços
Subir o Roraima foi uma realização pessoal incrível, Márcia. Recomendo muito! =D
Excelente! Ir ao Monte Roraima é uma experiência transformadora! Foi um dos locais mais impressionantes que eu já conheci! Confira meu relato e algumas fotos https://marcozero.blog.br/conheca-monte-roraima-o-elo-perdido-do-planeta-terra/