Quando chegamos em Campo Grande ao entardecer, logo entendi que tinha sido uma ótima ideia separar dois dias para conhecer a capital do Mato Grosso do Sul.
Uma das cidades mais arborizadas do país, com ruas largas e espaçosas, bonita e cheia de parques e praças, a “Cidade Morena”, como é conhecida, é porta de entrada para o Pantanal sul mato-grossense.
Não é uma das mais cobiçadas pelos turistas, mas é fácil de se visitar e reúne alguns pontos turísticos interessantes, como o Parque das Nações Indígenas, a “Feirona” e o maior aquário de água doce do mundo.
Confira nesse post o que fazer em Campo Grande, com dicas para sua visita às melhores atrações, além de dicas de hospedagem, de onde e o que comer e de como circular.
Campo Grande MS: todas as dicas para visitar
Mapa Campo Grande MS:
O que fazer em Campo Grande, MS: 15 atrações que você precisa visitar, incluindo o Pantanal
Dá para conhecer o essencial de Campo Grande com calma em 2 dias. Mas mesmo que você esteja de passagem para o Pantanal e tenha só um dia, visite ao menos o Parque, o Aquário e a “Feirona”. Veja nossa lista do que fazer em Campo Grande.
1. Parque das Nações indígenas – atração mais famosa
Esse é um dos principais pontos turísticos de Campo Grande e você precisa separar um turno, no mínimo, pra visitar.
Isto porque além dos monumentos do Parque das Nações Indígenas, lá também estão dois museus e o Aquário do Pantanal (veja nos próximos tópicos).
Localizado no final da Avenida Afonso Pena, uma das principais de Campo Grande, o parque tem 6 portarias, todas com nomes de etnias indígenas: Nhandevá, Guarani, Kaiowá, Guató, Kadiwéu, Terena. Em todas as portarias há espaço para estacionar na rua, mas nas principais também tem estacionamento amplo e gratuito.
Apesar de ser um dos maiores parques urbanos do Brasil, a visita ao parque em si não é muito demorada. Seus circuitos (todos sinalizados) passam pelos monumentos como as Cascatas do Lago, o Monumento ao Cavaleiro Guaicuru, o Lago das Capivaras e o Monumento ao Índio.
Os trajetos têm alguns bancos para quem quiser fazer uma paradinha, mas não vimos lanchonetes dentro do parque.
Minha sugestão de visita é a seguinte: se estiver de carro, estacione na portaria Guarani perto do Aquário do Pantanal. Caminhe pelo parque, retorne e visite o Aquário. Depois siga de carro até a próxima portaria, perto do Museu das Culturas Dom Bosco.
- Funcionamento: diariamente, das 06h às 20h30.
2. Museu das Culturas Dom Bosco – visita rápida e interessante
O Museu localizado dentro do Parque das Nações Indígenas tem exposições temporárias e de longa duração, com uma visita bem fluída e rápida (levamos no máximo 1 hora).
Na parte de ciências naturais, gostamos muito do acervo de mineralogia, invertebrados e taxidermizados, com muitas espécies do Pantanal.
Mas o que nos levou a este museu em Campo Grande foi o acervo de ciências humanas, mais especificamente, os objetos das exposições de arqueologia e etnografia.
São muitos objetos, vestimentas, instrumentos musicais e outros itens dos povos originários do Mato Grosso do Sul e da região centro-oeste do Brasil.
Para visitar, vá até o portão Nhandeva do Parque das Nações Indígenas.
- Funcionamento: terça a sexta, das 08h às 16h30; sábados e feriados, das 14h às 17h30.
- Ingresso: R$ 20 (maio/2024)
3. MARCO – Museu da Arte Contemporânea
Este outro museu dentro do parque conta com cinco salas de exposição, sendo uma com mostra permanente de obras de seu acervo e quatro para as exposições temporárias.
No acervo permanente, o museu conta com cerca de 1600 obras em diversas modalidades artísticas, incluindo um conjunto significativo de peças que mostram o percurso das artes plásticas no Mato Grosso do Sul.
Quando estivemos em Campo Grande, o museu estava fechado para reforma (mai/2024).
- Funcionamento: segunda a sexta, das 7h30 às 17h30; sábados, domingos e feriados, das 14h às 18h.
4. Aquário do Pantanal ou Bioparque do Pantanal – a mais nova atração
Inaugurado em março de 2022 o aquário é uma das atrações mais recentes em Campo Grande. Localizado dentro do Parque das Nações Indígenas, ao lado do portão Guarani, o prédio já impressiona de longe. Isto, graças ao projeto arquitetônico de Ruy Ohtake (filho de Tomie Ohtake), em formato elíptico, que traduz perfeitamente como água e vegetação estão entrelaçados no Pantanal.
São 32 aquários de água doce, o que faz dele o maior aquário de água doce do mundo, com muitas das mais de 260 espécies de peixes do Pantanal, além de répteis e anfíbios.
Em um circuito que passa por espécies das nascentes, da ressurgência, das cabeceiras, dos rios largos, das corredeiras, das planícies alagadas, entre outros, a gente se maravilha com os diferentes tamanhos, cores e agilidades – ou não, das criaturas.
- Funcionamento: terça a sábado, das 08h30 às 12h e das 13h30 às 17h30; feriados, das 08h30 às 14h30 (última entrada 1 hora antes de fechar).
- Ingresso: gratuito, com agendamento pelo site oficial.
5. Orla Morena – tente ir em uma quinta-feira
A “orla” não é de rio e nem de mar, mas ainda assim, é o primeiro lugar que vem em mente, quando o assunto é lazer ao ar livre em Campo Grande.
O local conhecido como Orla Morena é um parque linear, com 2,3 quilômetros de extensão, na Avenida Noroeste – desde a Avenida Júlio de Castilho até a Rua Plutão, num antigo local onde passava a via férrea na cidade.
Esse circuito de ciclovia e caminhada tem bancos, parquinhos, pista de skate, e alguns bares.
A melhor opção é ir em uma quinta-feira no fim de tarde, quando acontece uma feira local com muitas barraquinhas, com destaque para as de artesanato e as de comes e bebes regionais.
Se for um fim de semana, você também pode ter a sorte, como nós, de presenciar algum evento na Orla Ferroviária (extensão bem pertinho da Orla Morena). A gente pôde conferir um show de música pantaneira em comemoração ao Dia Internacional dos Museus.
6. Feira Central – pra comer sobá e outros pratos típicos
Depois que o sol se põe, a melhor pedida é passar pela “feirona”, como é conhecido esse mercado que existe há mais de 100 anos, com lojinhas e um corredor de praça de alimentação.
Entre tantos pratos pantaneiros, como espetinho, sopa paraguaia, costelinha de pacu, entre outros, o que você precisa mesmo provar na Feira é o sobá, prato que parece um yakisoba com ovo e carne, criado pela comunidade japonesa de Campo Grande, e que hoje é considerado Patrimônio Imaterial da cidade.
É muito bem servido, pode pedir do tamanho mini ao grande. Nós comemos na barraca da Anésia e adoramos.
O local tem área de estacionamento pago (R$ 6 – mai/2024), mas é possível estacionar nos arredores.
- Funcionamento: quarta, quinta e sexta, das 16h às 23h; sábados e domingos, a partir das 12h | @feiracentralcg
O que fazer no Centro de Campo Grande:
Separe uma manhã pra circular por alguns pontos turísticos no centro da capital sul-mato-grossense, nos arredores da Avenida Afonso Pena.
7. Casa Quintal Manoel de Barros – pra se encantar
No mesmo estilo da Casa do Rio Vermelho, onde viveu Jorge Amado, a Casa Manoel de Barros, onde ele viveu as últimas décadas de sua vida, conserva objetos, móveis, fotografias, poemas, livros, cartas e outras intimidades do poeta mais sinestésico do Brasil (amo!).
Enfim, um espaço cultural que conserva a memória de um dos gênios da palavra. A visita é guiada e precisa ser agendada aqui.
- Rua Piratininga, nº 363
- Funcionamento: segunda, quartas, quintas, sextas e sábados, das 10h às 12h e das 13h às 14h.
- Ingresso: R$ 35 (mai/2024)
8. Praça Ary Coelho – a praça mais antiga
Circulando pelo centro de Campo Grande, você vai acabar passando perto desta que é a praça mais antiga da cidade, e já foi um cemitério, nas imediações da Catedral Nossa Senhora da Abadia.
É um local histórico, mas sendo bem sincera, não tem muito o que fazer.
9. Morada do Baís – casarão histórico
Outro ponto que sempre aparece na lista do que fazer em Campo, mas que também estava fechado durante nossa visita à cidade, este é um dos sobrados mais antigos da capital.
Com mais de 100 anos, já foi residência da família Baís, pensão, sede do Sesc e centro cultural.
10. Restaurante Fogo Caipira – melhor lugar pra provar pratos típicos em Campo Grande
Eleito 13 anos consecutivos pelo Guia 4 Rodas como o melhor restaurante de comida regional da cidade, o restaurante Fogo Caipira não podia ficar de fora da nossa lista de lugares imperdíveis em Campo Grande.
Como uma boa provadora de comidas típicas que sou, fomos comprovar já sabendo que ia ser difícil escolher o que comer.
No cardápio tem todos os principais pratos da cozinha pantaneira: macarrão de comitiva, moqueca de pintado, arroz carreteiro, guisado pantaneiro, sopa paraguaia, e aquele que é o carro chefe do local: a carne de sol, feita por eles mesmos para manter o alto padrão.
O lugar é bonito, acolhedor, e a comida é mesmo uma delícia.
Ele funciona de terça a sábado para almoço e jantar, e só para almoço aos domingos. Já vai olhando o cardápio no site abaixo pra tentar se decidir!
- R. José Antônio, 145 – Centro
- www.fogocaipira.com.br | @fogocaipirams
11. Museu da Imagem e do Som
Seu acervo conta com mais de 8 mil itens entre fotografias, filmes, vídeos, cartazes, discos de vinil, objetos e registros sonoros do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. E ainda tem exposições temporárias e alguns eventos.
Visita rápida, gratuita e com acessibilidade na região central.
- Funcionamento: segunda a sexta-feira, das 7h30 às 17h30.
12. Casa do Artesão – pra comprar artesanato local
Situado em um casarão histórico, esse é um dos melhores pontos para quem quer comprar artesanato local e lembrancinhas do Mato Grosso do Sul.
- Av. Calógeras, 2050 – Centro
- Funcionamento: segunda a sexta, das 8h às 18h e sábados, das 8h às 16h.
13. Mercado Municipal – pra entender o dia a dia
Não é tão grande quanto o Mercadão de SP ou o Adolpho Lisboa de Manaus, mas vale a visita, já que é nesse tipo de lugar que se entende a pulsação da cidade.
Nas bancas, muitas ervas e plantas medicinais, chás, souvenires, artesanato, farinhas, doces, cachaças, e todo tipo de produto regional.
Pra comer, barracas de pastel, chipa, sopa paraguaia e peixes.
- Funcionamento: segunda a sábado, das 06h30 às 18h; domingos e feriados, das 6h30 às 12h.
14. Avenida Bom Pastor – o centro da vida noturna
Localizada no bairro Vilas Boas, a cerca de 5km do Altos da Afonso Pena e da região central da cidade, a Av. Bom Pastor é o point noturno de Campo Grande.
É uma via gastronômica que atravessa diversos quarteirões entre a Praça do Peixe a rua São João, com muitos bares, restaurantes, pizzarias, hamburguerias, rodízios de espetinhos e todo tipo de estabelecimento, muitos com música ao vivo e grande movimentação em qualquer dia da semana.
15. Pantanal do Mato Grosso do Sul – um lugar obrigatório!
Considerada a maior planície alagável do mundo, o Pantanal nos presenteia com experiências únicas, e foi o que nos levou para o Mato Grosso do Sul.
Esse bioma extraordinário, com mais de 4.700 espécies de plantas e animais catalogados, surpreende pela grandiosidade.
São cerca de 200 mil quilômetros quadrados, entre os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (além de parte do Paraguai e Bolívia).
E nós escolhemos Aquidauana como nossa porta de entrada para o Pantanal sul-mato-grossense justamente por ser mais próxima de Campo Grande, facilitando o deslocamento e otimizando nosso tempo de viagem (140km).
Pra conhecer o Pantanal, o ideal é se hospedar em uma das fazendas turísticas, na zona rural da cidade.
Todas essas fazendas funcionam mais ou menos da mesma forma, com pensão completa e dois passeios por dia, o que permite uma vivência muito bacana em meio à natureza.
Optamos pela Pousada Aguapé, uma das melhores fazendas da região, com estrutura acolhedora e completíssima, além de uma excelente avaliação.
Veja abaixo os contatos pra conferir preços e disponibilidade:
POUSADA AGUAPÉ
Rodovia MS 171, km 54 – zona rural, Aquidauana
WhatsApp: +55 67 99963-0181 | Telefone: +55 67 3258-1146
@pousada_aguape | pousadaaguape.com.br
>> Leia aqui nosso artigo que conta o que fazer no Pantanal e as 10 experiências inesquecíveis que vivemos lá.
Onde ficar em Campo Grande
As três regiões mais procuradas para se hospedar em Campo Grande são:
- o Centro, que tem muitas opções econômicas;
- o Amambaí, que fica entre o centro e o aeroporto, com fácil acesso para ambos e também tem opções mais econômicas;
- e o Altos da Afonso Pena, que engloba vários bairros nobres e fica do outro lado do centro, mas tem preços mais elevados.
No centro, confira o Cerrado Hotel, um econômico bem avaliado que oferece café da manhã e fica perto da Feira Central. Outras opções são o Jandaia Hotel, que tem piscina e restaurante, ou o Hotel Campo Grande, que tem piscina e academia.
Mas como o centro fica morto à noite, eu considero as outras duas opções melhores pra se hospedar e ainda assim, ter fácil acesso ao centro.
Na região dos Altos da Afonso Pena, procure um hotel perto do Shopping Campo Grande, ou do Parque das Nações Indígenas.
Recomendo o WR Confort Hotel ou o Deville Prime, um 5 estrelas confortável e com uma das melhores avaliações da cidade.
Já no bairro Amambaí confira o Indaiá Park Hotel, um 3 estrelas com ótimo custo benefício, com piscina a restaurante.
Confira mais ofertas de hospedagem em Campo Grande.
Nos hospedamos no bairro Amambaí e gostamos. Mas usamos o HomeExchange, que é a maior plataforma de troca de casas do mundo.
É uma forma mais imersiva de visitar um lugar e se você ainda não conhece, confira nosso post que explica direitinho como funciona o HomeExchange. Lá também tem nosso link de convidado pra você criar seu perfil.
Como chegar e sair do Aeroporto
O Aeroporto Internacional de Campo Grande (CGR) é a principal porta de entrada no Mato Grosso do Sul. Os voos a partir de São Paulo levam menos de 2 horas, e a maioria dos visitantes vai para conhecer Bonito e Pantanal, além do turismo de negócios, que é forte na região.
Consulte no Skyscanner as ofertas de voos para Campo Grande.
A plataforma vai listar as empresas aéreas que fazem a rota e você poderá comparar os preços entre elas. Mas para fazer uma compra, clique apenas em sites das próprias companhias aéreas e evite os demais sites que comercializam passagens.
Como sair do Aeroporto
O aeroporto fica a cerca de 7km do centro da cidade e não é preciso estar de carro, porque tem boa oferta de táxi, Uber e dá para conhecer algumas coisas a pé.
No entanto a cidade é grande e como é comum alugar um carro para visitar o Pantanal, já que os transfers pra lá são caros, e as diárias de aluguel de carro não são, a gente achou que compensava muito ficar com o carro todos os dias.
Assim, visitamos Campo Grande de carro. O trânsito é ótimo, as ruas são espaçosas, não tivemos dificuldade pra estacionar, enfim, recomendo.
A gente usou o buscador Rentcars, que compara preços e condições de diversas locadoras disponíveis na cidade. Aí ficou mais claro e fácil encontrar a opção que melhor se encaixava para a nossa viagem.
Se quiser economizar também, basta fazer sua busca e reservar direto no buscador. Nessa viagem, fizemos o pagamento online pra ganhar desconto.
Quando ir
A melhor época para visitar Campo Grande está relacionada com o período ideal para conhecer o Pantanal, já que provavelmente você vai conhecer os dois destinos de uma vez.
O Pantanal pode ser visitado o ano todo, e cada período oferece uma experiência diferente.
No entanto, as duas épocas mais comuns são a Estação da vazante (abril a junho), que permite atividades como as caminhadas e os safáris e é ótima pra observação de aves; ou a Estação da seca (julho a outubro), quando grandes áreas de terra estão expostas e concentrando os animais em torno das fontes de água que restam. Ou seja, um momento propício para avistar a vida selvagem, incluindo felinos como a onça parda e a onça-pintada.
Visitamos o Pantanal no fim do mês de maio a adoramos, vimos muitas e muitas espécies de todos os tipos, incluindo uma onça parda.
Leia também:
O que fazer no Pantanal do Mato Grosso do Sul
O que fazer em Nobres, Mato Grosso
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por Camila Coubelle