Viajar pela Amazônia é uma daquelas experiências que transformam o olhar. Imagina a maior floresta tropical do mundo como protagonista em cada paisagem?
Fazer uma viagem na Amazônia é conhecer um dos ecossistemas mais ricos do planeta e, ao mesmo tempo, mergulhar na diversidade de povos e tradições que habitam essa imensidão verde.
As cidades na Amazônia não são apenas pontos de partida para explorar a floresta; elas contam histórias de resistência, desenvolvimento, natureza, cultura e ancestralidade, ingredientes de um Brasil profundo, autêntico e surpreendente.
Neste guia, você vai conhecer seis cidades que eu conheci e representam bem essa experiência única, com dicas sobre como chegar, principais atrações, onde ficar e qual a melhor época para visitar cada uma delas.
Cidades na Amazônia: 6 destinos que você precisa conhecer


1. Manaus (AM): a maior cidade da Amazônia

Capital do Amazonas e porta de entrada para a maior floresta tropical do planeta, Manaus é uma das cidades mais interessantes e diversificadas da Amazônia. Isto porque ela oferece uma variedade de experiências, tanto culturais, quanto de aventura ou contato com a natureza.
Cercada por rios e pela mata densa, a metrópole mistura o legado do ciclo da borracha com a vida da floresta e da cultura local. É uma cidade onde o urbano e o natural convivem lado a lado, e onde toda viagem na Amazônia pode começar.
Como chegar:
Manaus recebe voos diretos das principais capitais brasileiras, como São Paulo, Brasília, Recife e Belém. O Aeroporto Internacional Eduardo Gomes (MAO) é o principal ponto de entrada, mas também é possível chegar por barco a partir de Belém (viagem de cerca de 5 dias pelo Rio Amazonas).
Principais atrações:
O Teatro Amazonas, com sua cúpula de azulejos coloridos, é o símbolo máximo da cidade e ponto de partida ideal para um passeio pelo centro histórico. Vale incluir a visita ao Mercado Municipal Adolpho Lisboa, inspirado nos mercados europeus, onde sabores e aromas amazônicos se misturam em cada banca. Mas o Musa – Museu da Amazônia também é imperdível.
Para quem busca natureza, o Encontro das Águas, onde os rios Negro e Solimões correm lado a lado sem se misturar. É imperdível, e é o passeio mais famoso em Manaus.
Já a Praia da Ponta Negra oferece um pôr do sol incrível às margens do rio.
E, claro, a experiência mais memorável é dormir alguns dias em um hotel de selva, no coração da floresta amazônica, com trilhas, passeios de canoa e observação de fauna. Eu fiquei no Manati Lodge e recomendo – contato: (92) 99525-6792.
Melhores regiões para se hospedar em Manaus:
A região do Centro Histórico é prática para quem quer visitar atrações culturais e restaurantes, enquanto a Ponta Negra oferece uma atmosfera mais moderna e vista para o Rio Negro.
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Melhor época para visitar:
Manaus pode ser visitada o ano todo, mas entre julho e novembro, o nível dos rios baixa e surgem praias fluviais, época perfeita para passeios e banho de rio. Já de dezembro a junho, a floresta está mais verde e os igarapés navegáveis.
Dica extra:
Leve roupas leves, capa de chuva, repelente e calçado confortável. E se possível, reserve um tempo para fazer pelo menos um pernoite em hotel de selva, uma das experiências mais interessantes na Amazônia.
Leia também: O que fazer em Manaus, AM
2. Alter do Chão (PA): o “caribe” amazônico


Conhecida como o “Caribe amazônico”, Alter do Chão é uma pequena vila no Pará que encanta por suas praias de água doce, areia branca e paisagens de tirar o fôlego.
Localizada às margens do rio Tapajós, é um destino que combina tranquilidade, natureza e cultura local, sendo perfeita para quem quer fugir do ritmo urbano e se conectar com a Amazônia mais serena.
Como chegar:
O acesso a Alter do Chão é feito principalmente via voo até Santarém, a cerca de 32 km da vila. De lá, passeios e táxis fluviais levam até as praias e algumas pousadas beira-rio.
Também é possível chegar de barco saindo de Manaus ou Belém, mas a viagem é longa e requer planejamento.
Principais atrações:
A Praia do Amor e a Praia do Pindobal são imperdíveis, com águas calmas e cenário perfeito para relaxar. O Lago Verde, formado por um igarapé cercado de vegetação, é ideal para quem gosta de contemplação e fotografia.
Alter tem muitas “pontas”, que são bancos de areia fofa no meio dos rios Tapajós e Arapiuns, e são pontos imperdíveis pra visitar. Alguns passeios incluem esses atrativos, e eu recomendo muito que você faça pelo menos um. Outro que considero imperdível é o passeio da Flona Tapajós, que permite uma imersão na floresta e sua flora exuberante.
Durante a Festa do Sairé, que acontece em setembro, é possível vivenciar a cultura paraense com danças, música e rituais típicos. Mas ao longo do ano inteiro você pode conferir e participar do carimbó, outra manifestação cultural local que adorei.
Melhores regiões para se hospedar em Alter do Chão:
A vila concentra a maioria das pousadas próximas às praias principais, permitindo fácil acesso aos bares, restaurantes e pontos turísticos. Para quem busca imersão na natureza, algumas pousadas afastadas oferecem experiências exclusivas à beira do rio. Minha dica é ficar o mais perto possível da Orla de Alter.
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Melhor época para visitar:
Entre agosto e dezembro, quando o nível dos rios está mais baixo, surgem praias amplas e ideais para banho. Durante a cheia, de janeiro a julho, muitas áreas ficam alagadas, mas a floresta se mostra exuberante.
Dica extra:
Tente conciliar a visita a Alter com a visita à Belém, já que provavelmente seu voo fará escala ou conexão lá. Ainda não conheci, mas está nos meus planos para breve.
Leia também: Roteiro completo em Alter do Chão, PA
3. Porto Velho (RO): história e cultura ribeirinha na ferrovia Madeira-Mamoré

Capital de Rondônia, Porto Velho combina a história da construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré com a vida moderna de uma cidade amazônica.
Cercada por rios e florestas, é um ponto estratégico para quem quer explorar o oeste da Amazônia brasileira e conhecer comunidades ribeirinhas.
Como chegar:
Porto Velho conta com o Aeroporto Internacional Governador Jorge Teixeira, que recebe voos de várias capitais brasileiras. É possível também chegar por via terrestre a partir de outras cidades do norte, mas muitas estradas são de terra e exigem cuidado, especialmente na época das chuvas.
Principais atrações:
O Palácio Rio Madeira, sede histórica do governo, e a Igreja de Santo Antônio são pontos de interesse no centro da cidade. O Complexo Madeira-Mamoré revela a história da ferrovia e da saga de trabalhadores que desbravaram a região.
Para quem busca contato com a natureza, indico um passeio pelo Rio Madeira e visitas a comunidades ribeirinhas proporcionam experiências autênticas.
Melhores regiões para se hospedar em Porto Velho:
O Centro concentra hotéis e serviços, sendo prático quem quere visitar a cidade a pé. Áreas próximas aos rios oferecem opções mais tranquilas e com vistas para a floresta.
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Melhor época para visitar:
De maio a setembro, a estação seca facilita passeios de barco e visitas às comunidades ribeirinhas. A época das chuvas, de outubro a abril, deixa o rio cheio, o que pode limitar algumas atividades.
Dica extra:
Experimente a culinária local nos mercados municipais, peixes amazônicos frescos e pratos típicos como o tucunaré grelhado são imperdíveis.
Leia também: O que fazer em Porto Velho: roteiro completo
4. Macapá (AP): única capital brasileira cortada pela Linha do Equador

Macapá, capital do Amapá, é uma cidade singular localizada na margem direita do rio Amazonas, quase exatamente sobre a linha do Equador.
Além de ser ponto de partida para explorar a floresta e o litoral amazônico, Macapá combina cultura histórica, gastronomia típica e belezas naturais pouco conhecidas do turismo convencional.
Tente se organizar para visitar o destino durante a festa do Equinócio, que acontece em setembro, e pesquise sobre o marabaixo, manifestação cultural típica local.
Se eu puder deixar uma dica imperdível: visite o Parque Tumucumaque se você busca experiências incríveis na floresta. Eu recomento demais e acho que foi uma das minhas experiências mais incríveis relacionadas às cidades na Amazônia. O parque é a maior unidade de conservação do Brasil.
Como chegar:
O Aeroporto Internacional de Macapá recebe voos diretos de Brasília e Belém. Chegar de barco é possível, mas pouco prático para turistas.
Principais atrações:
O Marco Zero do Equador é parada obrigatória, onde você pode estar simultaneamente nos hemisférios norte e sul. O Fortaleza de São José de Macapá, construída no século XVIII, conta a história militar e colonial da região.
A Orla do Rio Amazonas é imperdível ao entardecer. Perto dela estão atrações como o Mercado Central, a Casa do Artesanato Amapaense, e a uma distância curta estão o Museu Sacaca e o Bioparque da Amazônia.
Entre os passeios, recomendo pelo menos o passeio de barco na Ilha de Santana (reserve aqui).
Melhores regiões para se hospedar em Macapá:
A região central é ideal para turismo histórico e gastronômico, preferencialmente o mais próximos possível da orla e da fortaleza.
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Melhor época para visitar:
De agosto a dezembro, a cheia ainda não alcançou seu ápice e é possível aproveitar passeios ao longo do rio. A temporada de chuvas, de janeiro a julho, torna alguns trechos alagados.
Dica extra:
Não deixe de experimentar pratos típicos como tacacá, camarão no bafo, e o peixe com açaí, sabores que refletem a cultura local.
Leia também: Principais atrações e passeios em Macapá, AP
5. Boa Vista (RR): a capital planejada cercada pela natureza

A capital de Roraima, Boa Vista, é única entre as cidades amazônicas por estar totalmente planejada e urbanizada, com largas avenidas e arquitetura moderna.
Cercada por natureza exuberante, é uma ótima base para explorar o interior do estado e destinos naturais próximos, como o Monte Roraima.
Como chegar:
O Aeroporto Internacional Atlas Brasil Cantanhede recebe voos diretos de Brasília, Manaus e outras capitais.
Principais atrações:
O Parque Anauá é um ponto verde dentro da cidade, ideal para caminhadas e contato com a fauna local. A Praça das Águas oferece um espaço de lazer com fontes e eventos culturais.
Visite também a Orla Taumanan e o Mirante Edileusa Lóz, ou reserve um passeio em Boa Vista.
Para os aventureiros como eu, o trekking até o Monte Roraima é imperdível, e outro ponto alto desse destino na Amazônia são as experiências nas reservas indígenas.
Melhores regiões para se hospedar em Boa Vista:
O centro da cidade concentra hotéis, restaurantes e comércio, sendo prático para turistas. Áreas próximas à orla fluvial oferecem mais tranquilidade e contato com a natureza.
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Melhor época para visitar:
De novembro a março, a estação chuvosa deixa as cachoeiras e rios em seu auge, ideal para quem gosta de paisagens cheias de água. A seca, de abril a outubro, é melhor para trilhas e passeios de aventura.
Dica extra:
Não deixe de provar pratos com peixe amazônico e frutas regionais pouco conhecidas fora da região, como camu-camu e mirixi.
Leia também: Todas as dicas para o trekking do Monte Roraima
6. Rio Branco (AC): base acolhedora para explorar o Acre e a floresta

Capital do Acre, Rio Branco é uma cidade acolhedora, com forte presença da cultura amazônica e pontos de contato com comunidades indígenas e seringueiros. É uma base excelente para explorar a Amazônia do Acre e conhecer projetos de preservação da floresta.
Essa foi a primeira cidade na Amazônia brasileira que eu conheci, onde eu provei meu primeiro tacacá, e as primeiras delícias típicas da região Norte do Brasil.
Como chegar:
O Aeroporto Internacional de Rio Branco recebe voos de São Paulo, Brasília e Manaus. A cidade também é conectada por estrada à Bolívia e a outros estados da região norte.
Principais atrações:
O Parque Ambiental Chico Mendes e o Palácio Rio Branco são ótimos pontos para conhecer a história e a natureza local. O Mercado Velho oferece experiências gastronômicas e de artesanato típicos.
Visite o Calçadão da Gameleira e o Museu da Borracha, entre outros atrativos na capital acreana.
Procure também pelos passeios a reservas próximas, que permitem contato direto com a floresta e comunidades tradicionais.
Melhores regiões para se hospedar em Rio Branco:
O centro é conveniente para turistas que querem acessar mercados e museus. Para quem busca tranquilidade, bairros residenciais e próximos a parques são ideais.
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Melhor época para visitar:
De julho a dezembro, com clima mais seco e agradável para passeios ao ar livre. A temporada de chuvas, de janeiro a junho, torna alguns rios e trilhas mais difíceis de acessar.
Dica extra:
Inclua uma visita a projetos de preservação da floresta, como reservas de seringueiros ou trilhas guiadas, para conhecer o lado sustentável da Amazônia acreana.
Leia também: O que fazer em Rio Branco, AC
Dicas para planejar sua viagem na Amazônia
Conhecer as cidades na Amazônia exige um olhar curioso e uma dose de planejamento. A região é imensa, abrange nove estados e cobre quase metade do território brasileiro.
E as distâncias entre os destinos são grandes, mas compensadas por paisagens únicas e pela sensação de estar imerso em um dos ecossistemas mais ricos do mundo. Sou muito feliz por ter conhecido pelo menos um pouquinho de cada um dos estados da região Norte do Brasil!

Como se deslocar entre as cidades amazônicas
Viajar pela Amazônia é diferente de qualquer outro lugar do Brasil. Em vez de longas rodovias, os rios são as principais “estradas” da região. Barcos e voadeiras fazem o papel de transporte entre comunidades e cidades ribeirinhas, muitas vezes com paisagens que mudam a cada curva do rio.
Algumas capitais, como Manaus e Macapá, têm acesso limitado por terra, o que faz do transporte aéreo uma alternativa prática para quem quer combinar mais de um destino.
Planejar com antecedência e incluir tempo de deslocamento na rota é essencial para aproveitar melhor cada parada sem pressa. Até porque, na Amazônia, o tempo segue o ritmo da natureza.
Veja alguns trajetos possíveis com barco ou voo direto.
Principais rotas de barco na Amazônia:
- Belém > Manaus: 4 a 6 dias de viagem
- Manaus > Santarém / Alter do Chão: 30 a 36 horas
- Manaus > Belém: 3 a 5 dias
- Manaus > Tefé: 12 a 36 horas, dependendo do tipo de embarcação
- Santarém > Belém: cerca de 36 horas
Cidades da região Norte com voos diretos entre si:
- Manaus > Belém
- Manaus > Santarém
- Manaus > Boa Vista
- Manaus > Porto Velho
- Manaus > Rio Branco
- Belém > Macapá
- Belém > Santarém
- Belém > Manaus
- Porto Velho > Manaus
- Boa Vista > Manaus
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Turismo responsável na Amazônia
Fazer uma viagem na Amazônia é também uma oportunidade de contribuir com a conservação da floresta e com as comunidades que vivem dela. Prefira agências e hospedagens que valorizem o turismo sustentável, contrate guias locais e respeite as áreas protegidas e as culturas tradicionais.
Leve apenas memórias e traga de volta o aprendizado de ver o mundo com outros olhos, mais atentos à natureza e à simplicidade da vida ribeirinha.
Leia também:
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Espero que essas dicas de cidades pra visitar na Amazônia te ajudem no planejamento das suas viagens. Me conta lá no Instagram @blogvidasemparedes qual você já conhece ou qual pretende visitar primeiro. Boa viagem!
por Camila Coubelle



