InícioÁFRICAMARROCOSO que fazer no Marrocos: roteiro e tour privativo de 8 dias

O que fazer no Marrocos: roteiro e tour privativo de 8 dias

Antes de te contar o que fazer no Marrocos, eu preciso fazer uma confissão. Não sei se você também tem essa sensação, mas, às vezes, os destinos mais inesquecíveis surgem de uma série de coincidências e oportunidades que parecem alinhadas pelo destino. O Marrocos foi exatamente assim para mim.

Por mais apaixonada por viagens que eu seja, ele não estava no topo da minha lista de lugares pra visitar. Porém, quando algumas possibilidades se abriram, decidimos embarcar nessa viagem ao norte da África, e foi aí que tudo mudou.

Pra essa viagem optamos por um tour privativo por uma questão de praticidade. Fazer o Marrocos de forma independente teria sido inviável, especialmente com o objetivo de explorar tantas cidades e chegar até o Deserto do Saara, onde o acesso é basicamente por carro.

Contratamos o tour com a Maroc Expedition Travel e seguimos um roteiro desenhado pros nossos interesses, sem precisar nos preocupar com o aluguel do carro, as estradas ou a organização dos passeios. E assim, pudemos conhecer os principais pontos de interesse do Marrocos.

Nesse post eu vou te dar todos os detalhes dessa viagem: quanto custou e como foi o nosso tour de 8 dias no Marrocos, dicas essenciais para quem quer fazer uma viagem parecida, valores e tudo que você precisa saber pra tornar sua experiência tão incrível quanto a nossa.

Dicas, atrações e como é o tour privativo no Marrocos. O que mais você vai ver nesse post:

o que fazer no marrocos
Fizemos um tour de 8 dias no Marrocos e conhecemos as principais cidades e atrações do país.
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Parte do nosso grupo no pacote Marrocos.

Como chegar ao Marrocos

Pra quem sai do Brasil há duas principais opções de entrada: chegar de avião em Marrakech (com conexão) ou atravessar o Estreito de Gibraltar de barco, partindo da Espanha e chegando em Tânger.

Abaixo eu explico os detalhes de cada opção:

  • Avião para Marrakech: Marrakech tem um aeroporto internacional, o Aeroporto Marrakech-Menara (RAK), que recebe voos de várias partes do mundo. Não existem voos diretos do Brasil, mas é possível fazer uma conexão em cidades europeias como Lisboa, Madri, Paris ou Amsterdã, que oferecem voos regulares pra Marrakech. As conexões são comuns e o tempo total de voo, com escalas, gira entre 14 e 16 horas.

Chegando em Marrakech você pode pegar um táxi ou, se preferir, reserve um transfer com antecedência para chegar ao seu hotel.

  • Barco para Tânger, saindo da Espanha: Outra opção interessante, e que foi a nossa escolha, é chegar ao Marrocos pelo norte, atravessando o Estreito de Gibraltar de barco. Saímos de Tarifa, na Espanha, em uma viagem de ferry que leva cerca de uma hora até Tânger. Esse trajeto é prático pra quem já está viajando pela Europa e deseja chegar ao Marrocos de uma forma diferente.

Depois de conhecer Tânger, fomos para Marrakech de trem. O trajeto dura de 6 a 8 horas, dependendo do horário e do tipo de trem. Compramos pelo ONCF Voyages (site oficial dos trem de Marrocos) e nosso trem fez uma conexão em Casablanca. O percurso foi tranquilo, apesar da longa distância.

Se também quiser chegar ao Marrocos dessa forma, aí vai uma dica: o site para comprar os bilhetes de trem é meio ruim e dá alguns bugs, mas insista na compra que vai dar certo. Ah, e lembre-se que a compra das passagens só é liberada 30 dias antes da viagem.

Também teria como chegar em Marrakech de ônibus, mas acho que não vale a pena pelo tempo de viagem e conforto. Além disso, a experiência com o trem foi rápida, boa e barata, então é a forma que a gente recomenda se a ideia for passar pelo Estreito de Gibraltar como a gente fez.

Consulte o site Direct Ferries para ver preços e horários dos barcos do sul da Espanha para Tanger.

>> Confira ofertas de passagens aéreas para Marrakech no site Skyscanner.

A plataforma vai listar as empresas aéreas que fazem a rota e você poderá comparar os preços entre elas. Mas para fazer uma compra, clique apenas em sites das próprias companhias aéreas e evite os demais sites que comercializam passagens.

Principais cidades e atrações do Marrocos

O Marrocos é um país cheio de cidades históricas e paisagens únicas que fazem qualquer viagem se tornar uma experiência marcante. Com as cidades imperiais como pontos altos do roteiro e uma série de atrações naturais e culturais ao longo do caminho, o país é, de fato, surpreendente. Veja uma lista com as principais atrações:

  • Marrakech: uma das cidades mais populares e o ponto de partida pra muitos passeios. Conhecida como a “Cidade Vermelha” pelas construções terracota, cheia de ruas estreitas na medina e a famosa Praça Jemaa el-Fna.
  • Fès: cidade imperial e berço da cultura marroquina, famosa por ter uma medina medieval e a histórica Mesquita Al Quaraouiyine, conhecida por abrigar a universidade mais antiga do mundo.
  • Casablanca: cidade moderna, onde está localizada a impressionante Mesquita Hassan II.
  • Rabat: capital do Marrocos e com atrações icônicas, como a Kasbah dos Oudaias, Torre Hassan e o Mausoléu de Mohammed V.
  • Meknès: antiga capital imperial, conhecida pelo Portão Bab Mansour. É próxima das ruínas romanas de Volubilis, um sítio arqueológico que é Patrimônio da UNESCO.
  • Deserto do Saara: acho que todo mundo que visita o Marrocos tem aquela vontade de conhecer o Saara. E com razão! É difícil descrever a sensação de pisar no maior deserto quente do mundo.
  • Ouazazarte e a Kasbah Ait Ben Haddou: Patrimônio Mundial da UNESCO e cenário de filmes famosos.
marrocos o que fazer
Mirante em Fez, uma das cidades imperiais do Marrocos.

Documentação para uma viagem ao Marrocos

Pra garantir que sua viagem ao Marrocos seja tranquila, vou fazer um checklist do que você precisa ter em mãos para evitar imprevistos. Lembrando que brasileiros não precisam de visto para turismo no Marrocos (permanência de até 90 dias).

Veja o que você vai precisar:

  • Passaporte válido: é necessário que seu passaporte esteja válido por pelo menos seis meses após a data de entrada. Verifique o prazo de validade com antecedência pra evitar problemas; [saiba como tirar passaporte]
  • Passagem de volta: embora nem sempre seja exigido, recomendo ter a passagem de retorno ou de saída do país em mãos. Isso serve pra comprovar que você planeja deixar o Marrocos dentro do prazo permitido;
  • Reservas de hospedagem: tenha uma cópia das reservas de hospedagem pra apresentar, caso seja solicitado. Isso demonstra à imigração que você tem um itinerário planejado e acomodações garantidas. Se for fazer um tour privativo como esse que vamos detalhar, mostre o planejamento da viagem ao agente e diga que todas as hospedagens já estão incluídas nesse pacote;
  • Comprovante financeiro: não é muito comum, mas caso peçam uma comprovação de que você tem fundos suficientes para a viagem, é possível mostrar o saldo do cartão da Wise, por exemplo;
  • Comprovante de vacina contra febre amarela: para viajar ao Marrocos, o comprovante de vacina contra febre amarela não é obrigatório, pois o país não possui exigência oficial para essa vacinação atualmente. Mas é sempre uma boa prática verificar as atualizações das normas de cada país específico antes de viajar;
  • Seguro viagem:também não é obrigatório ter um seguro viagem para entrar no Marrocos, mas é altamente recomendado. Além de cobrir despesas médicas em caso de emergência, o seguro também pode ressarcir você em situações como perda, roubo ou danos à bagagem, além de oferecer assistência em casos de voos atrasados ​​ou cancelados. Esses imprevistos podem acontecer, e ter um seguro garante mais tranquilidade durante a viagem.

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Como é a imigração no Marrocos

Chegamos ao Marrocos por Tânger, atravessando o Estreito de Gibraltar de barco. Viajar dessa forma tem uma peculiaridade interessante: a imigração é feita durante a travessia, dentro do próprio barco.

Antes de embarcar, cada passageiro preenche um formulário, que é entregue à polícia de imigração. Até aí, tudo simples. Como a Camila e eu sempre viajamos juntas, costumamos passar pelo balcão de imigração juntas também, mas dessa vez foi exigido que fossemos atendidas uma de cada vez.

A Camila passou rapidamente, sem perguntas. Quando chegou a minha vez, porém, o oficial de imigração pediu várias informações: nome e endereço do hotel onde ficaria hospedada, outros destinos que planejava visitar no país, minha profissão e onde eu trabalhava.

Admito que foi um pouco tenso, mas percebi que isso ocorreu pelo fato de ter registrado minha profissão como “jornalista” no formulário — algo que, em muitos países, pode despertar questionamentos.

Na saída do país, pelo aeroporto de Marrakech, a experiência se repetiu. A mesma sequência de perguntas foi feita, mas, dessa vez, com uma pergunta extra: motivo da viagem. Depois que respondi que estava de férias consegui passar sem problemas, embora com um certo nervosismo (risos). No fim das contas, foi só um pequeno estresse em uma viagem que foi incrível. Mas minha dica é: vá preparado (a) pra todo tipo de pergunta. Não custa nada.

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Praça Jeema el-Fna, em Marrakech.

Internet no exterior

Uma das preocupações que muitos têm ao viajar para o exterior é com a internet. No Marrocos você pode comprar um chip no aeroporto de Marrakech ou na medina, mas, se quiser viajar com conforto e já desembarcar do avião com internet funcionando, nossa dica é o eSIM da Holafly. Uma solução é prática e eficiente, já que você compra e instala o chip virtual ainda antes de sair do Brasil e ativa sua conexão assim que chega ao destino, sem precisar perder tempo procurando um chip físico.

Outra grande vantagem do eSIM da Holafly é que ele oferece internet ilimitada. Você compra um pacote pelos dias que vai utilizar, e embora a velocidade possa diminuir se você exceder o uso, os dados nunca acabam. Assim, você fica tranquilo para usar a internet à vontade, seja pra compartilhar fotos nas redes sociais ou pra acessar informações úteis durante a viagem.

Nós utilizamos o eSIM tanto nos dias em que ficamos no Marrocos, como na viagem a Espanha e funcionou perfeitamente. Tivemos internet até no deserto!

Se você nunca usou um eSIM nas suas viagens, confira nosso post como funciona o chip virtual internacional. Se já sabe como usar, clique aqui e compre seu eSIM da Holafly, aproveite e use nosso cupom com 5% de desconto: VIDASEMPAREDES.

Como levar dinheiro para o Marrocos

A moeda oficial do Marrocos é o Dirham, e o melhor câmbio que você pode fazer é com o euro, que é aceito em muitos estabelecimentos e hotéis. Se você tiver dólares também é possível trocar.

O real não é aceito nas casas de câmbio do país, então é importante se planejar pra trocar sua moeda antes de chegar ou utilizar outras opções.

Para trocar dinheiro, os melhores lugares são as casas de câmbio no entorno da Praça Jemaa El-Fna, em Marrakech. Trocamos em uma casa bem ao lado do Café Argana e pegamos uma ótima cotação. Outro bom lugar é na casa de câmbio do Hotel Ali, um pouco mais adiante.

Mas por que estamos falando em trocar dinheiro e não em usar tudo em um cartão global como sempre indicamos?  É que no Marrocos poucos estabelecimentos aceitam cartão, o que torna a opção da Wise uma alternativa para transportar seu dinheiro, mas não a melhor pra fazer pagamentos. Quando puder, claro, opte pelo cartão, já que a Wise oferece um câmbio muito mais vantajoso do que as casas de câmbio. Mas na dúvida, leve euros em espécie para trocar lá.

Se o que você levar não for o suficiente e precisar sacar dinheiro, também é possível usar a Wise nos caixas eletrônicos, mas a maioria cobra uma taxa de 35dh (3,50€) e o câmbio não é o mais favorável. Se for fazer isso, recomendo sacar uma quantia maior pra pagar a taxa apenas uma vez.

Nós levamos cerca de 300€ por pessoa e trocamos por dirhams ainda em Marrakech. No entanto, se for necessário trocar mais, é possível fazer isso nas outras cidades que passamos, tanto em casas de câmbio, quanto nas recepções dos hotéis.

E volto a dizer, se durante a viagem você puder pagar algo com o cartão, pague. Pense que você pode precisar usar o dinheiro físico em algum estabelecimento menor ou um vilarejo.

Sobre a Wise

A Wise é uma plataforma onde você pode enviar e receber dinheiro do exterior com tarifas muito mais baixas do que os bancos tradicionais, apenas 1,1% de IOF e 2% de taxa de serviço. Funciona como uma conta digital internacional com cartão de débito gratuito (físico e/ou virtual) para usar em compras e saques fora do país durante as viagens.

Como já disse, no Marrocos nem todos os lugares aceitavam cartão, mas usamos em alguns estabelecimentos e funcionou perfeitamente.

Ainda não sabe como utilizar a Wise? Confira nosso post completo sobre a Wise para tirar mais dúvidas, ou crie sua conta Wise grátis aqui.

O que fazer no Marrocos: tour de 8 dias

Quando começamos a pesquisar roteiros no Marrocos, descobrimos que é muito comum contratar pacotes de 5, 8, 10, e até 15 dias de viagem pelo país. Encontramos um pacote de 5 dias, que custava em torno de 560€ por pessoa e nos interessamos. Era um tour regular e a gente podia se juntar a um grupo que saía aos sábados.

Também vimos pacotes mais completos, de 8 dias, mas era um tour privativo, e pra duas pessoas, custava em torno de 2 mil euros. No entanto, quanto maior o grupo, mais barato por pessoa ficava.

Quando eu disse lá no começo sobre as oportunidades que se abrem, eu estava falando disso aqui. Interessadas no tour maior, convidamos alguns amigos e formamos um grupo de 9 pessoas, configurando-se em um tour muito mais completo pelo mesmo preço, só pro nosso grupo, e saindo o dia que a gente quisesse.

O tour de 8 dias pelo Marrocos pode partir de várias cidades: Tânger, Casablanca, Rabat; mas escolhemos sair de Marrakech, porque, além de ser um ponto em comum para a chegada do grupo, ainda queríamos dedicar alguns dias para conhecer a cidade.

Além disso, Marrakech recebe uma maior oferta de voos vindos da Europa, então é a cidade mais rápida e prática para “entrar” no Marrocos.

Dá pra reservar esses tours na Civitatis ou diretamente com agência que opera, a Maroc Expedition Travel, que tem uma avaliação excelente e prestou um ótimo atendimento. Vou deixar os contatos da agência mais adiante.

O que está incluído no tour de 8 dias:

  • Excursão privada – grupo fechado;
  • Retirada no hotel, riad, aeroporto ou onde for acordado entre o grupo;
  • Transporte de 4×4 ou micro-ônibus com ar-condicionado (nós fomos de van);
  • Motorista de língua inglesa (nosso motorista, Youssef, falava inglês, espanhol e ainda entendia português);
  • Sete noites de hospedagem (4 noites com café da manhã e jantar; e 3 noites só com café da manhã);
  • Combustível, pedágios e todos os gastos associados;
  • Guia local em Fès e Volubilis;
  • Passeio de dromedário para o deserto.

O que não está incluído:

  • Todos os almoços e bebidas;
  • Jantares em Rabat e Fès (total de 3);
  • Ingressos dos monumentos: total de 40€ por pessoa;
  • Guias nos locais não citados acima (recomendo que contrate por fora).
tour marrocos
Um dos nossos riads do tour no Marrocos – Merzouga, uma das bases para conhecer o Saara.
pacote marrocos
O pacote inclui transporte e gastos associados, hospedagem, café da manhã, 4 jantares e alguns tours guiados – 3 jantares e ingressos são pagos à parte.

Roteiro no Marrocos:

Dia 1: Marrakech – Casablanca – Rabat

Dia 2: Rabat – Meknès – Fès

Dia 3: Fès

Dia 4: Fès – Azrou – Midelt – Erfoud – Merzouga

Dia 5: Merzouga e Erg Chebbi

Dia 6: Merzouga – Gargantas do Todra e do Dades

Dia 7: Gargantas do Dades – Skoura – Ouarzazate

Dia 8: Ouarzazate – Ait Ben Haddou – Marrakech

>> O itinerário pode mudar de acordo com a cidade de partida.

Como foi o nosso tour de 8 dias pelo Marrocos

Dia 1: Marrakech – Casablanca – Rabat

No primeiro dia o guia nos buscou nos riads em Marrakech. Como estávamos em grupos separados, a van buscou cada grupo na sua hospedagem. Embarcados, seguimos para Casablanca onde visitamos a Mesquita de Hassan II, a 14ª maior do mundo e a 3ª maior da África.

O complexo onde fica a Mesquita ainda tem um museu sobre a sua construção e os ingressos para visitar todo o complexo custam 14€. A visita à mesquita é guiada e há grupos em vários idiomas (fizemos em espanhol).

A Hassan II é uma das poucas mesquitas que podem ser visitadas por não muçulmanos e, por isso, e pela beleza arquitetônica, vale muito a pena conhece-la por dentro.

Fora do Ramadã, as visitas ocorrem de sábado a quinta, às 9h, 10h, 11h, 12h e 15h. Às sextas, às 9h, 10h e 15h. O tour dura de 45min a 1 hora.

Depois da visita seguimos até Rabat, capital do Marrocos, onde vimos o pôr do sol na Kasbah de Oudayas, uma fortificação lindíssima, considerada um Patrimônio Cultural Marroquino.

Dormimos uma noite em Rabat.

cidades do marrocos
Mesquita de Hassan II, uma das poucas em que não mulçumanos podem entrar.

Dia 2: Rabat – Meknès – Fès

Depois do café da manhã no hotel, seguimos para a Méchouar, a área no entorno do Palácio Real (não se pode entrar) e depois para o Mausoléu de Mohamed V, outro Patrimônio Cultural Marroquino.

Depois de uma rápida visita, seguimos para Meknès, onde contratamos um tour guiado pela Medina. Isso foi fundamental para conhecermos melhor uma das cidades imperiais do Marrocos. Meknès é bem menos turística que Rabat, Casablanca e Marrakech, mas tem seu charme. O guia nos abordou assim que descemos da van e negociamos o valor de 100dh para o grupo.

Após o almoço retornamos para a van e fomos conhecer as ruínas romanas de Volubilis (guia incluído no pacote), considerado um Patrimônio da Humanidade pela UNESCO e um dos passeios mais legais que fizemos no tour pelo Marrocos.

Seguimos para Fès, onde passamos duas noites.

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Ruínas de Volubilis, Patrimônio da Humanidade pela Unesco.

Dia 3: Fès

No dia seguinte, o guia Sayd, que fala portugês e está incluído no pacote, foi nos buscar no riad para fazermos um city tour por Fès. Conhecemos toda a medina, os souks, passamos pela Mesquita Al Quaraouiyine, – além de mesquita, ela também abriga a universidade mais antiga do mundo, fundada por uma mulher, Fatima al-Fihri; o Mausoléu de Moulay Idriss, um importante local de peregrinação, já que Moulay Idriss I é considerado um descendente direto do profeta Maomé; fomos a um mirante para ver a cidade do alto, visitamos uma cooperativa de artesãos que produzem cerâmicas MA-RA-VI-LHO-SAS, e o Curtume Chouwara, o mais antigo do mundo. O city tour dura cerca de 5 horas, com intervalo para o almoço.

Após o tour, tivemos a tarde livre. Nosso riad tinha uma piscina belíssima, então foi ótimo pra relaxar depois de caminhar debaixo de um sol de 30°.

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Os curtumes de Fez, que funcionam da mesma forma artesanal de quando foram criados no séc.XIV.

Dia 4: Fès – Azrou – Midelt – Erfoud – Merzouga

No dia seguinte, bem cedo, iniciamos nossa viagem rumo ao deserto do Saara. A viagem de cerca de 500km passa por diversos vilarejos. Como o caminho é longo, paramos em lugares estratégicos para café, banheiro, almoço ou só pra apreciar a vista.

Dentre as paradas, conhecemos um pedacinho de Ifrane, considerada a Suíça do Marrocos (pelo clima e pela arquitetura), os bosques de cedro de Azrou, vendo os macacos em seu habitat natural, e atravessamos o Vale do Ziz até chegar, no fim da tarde, em Merzouga, onde passamos a noite em um riad com piscina e jantar incluído.

Dia 5: Merzouga e Erg Chebbi

Na programação do 5º dia, saímos após o café da manhã para um passeio de 4×4 pelas dunas, visitamos um oásis, um povoado nômade (e fomos recebidos com chá de menta), e o povoado de Khamlia, onde assistimos a uma apresentação de música Gnawa.

Pedimos uma pizza berbere para o almoço e pudemos aproveitar a piscina do riad enquanto aguardávamos a saída para o acampamento no deserto.

Por volta das 17h, pegamos os dromedários com sentido ao acampamento berbere no coração das dunas de Erg Chebbi, onde jantamos e passamos a noite.

Mais à frente eu  explico como foi nossa noite no Deserto do Saara.

o que fazer no marrocos
Dunas de Erg Chebbi, as mais altas do deserto do Saara.

Dia 6: Merzouga – Gargantas do Todra – Vale do Dades

No sexto dia atravessamos povoados berberes até as Gargantas do Todra, um desfiladeiro que forma uma paisagem incrível, e chegamos ao Vale do Dades, onde passamos a noite.

Nosso riad tinha piscina, mas como a região montanhosa é mais fria, não tivemos coragem pra entrar na água. Mas aproveitamos o jantar no terraço e foi bem legal.

marrocos o que fazer
Tissadrine, considerada a estrada mais perigosa do Marrocos.

Dia 7: Gargantas do Dades – Skoura – Ouarzazate

A viagem de volta a Marrakech começa no sétimo dia, onde pegamos a Estrada das “Mil Kasbahs”, uma rota histórica no sul do Marrocos, que se estende por cerca de 200 quilômetros, conectando as cidades de Tinghir e Ouarzazate. Ao longo do caminho podemos ver diversas kasbahs, que são construções tradicionais usadas como moradias e centros de defesa, típicas da região.

Nessa rota, passamos pela Tissadrine, considerada a estrada mais perigosa do Marrocos e paramos em um mirante para admirar do alto. O visual é lindo!

Antes de chegarmos na nossa última hospedagem, conhecemos a Kasbah de Amridhyl, em  Skoura. A entrada custa 40dh. Dá pra visitar por conta própria? Dá, mas eu recomendo pagar um guia por fora, para entender melhor sobre o lugar. Negociamos o valor de 90dh para 7 pessoas.

Ao chegar em Ouarzazate decidimos conhecer o Atlas Studio, que não está incluído no pacote do tour pelo Marrocos, mas achamos que vale a visita. Esse é um famoso estúdio de cinema e um dos maiores do mundo, lugar onde foram gravadas cenas de filmes como Gladiador, A joia do Nilo e até a série Game of Thrones. O tour guiado custou 80dh por pessoa (esse valor não é negociável).

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Um dos cenários do Atlas Studio, no Marrocos.

Dia 8: Ouarzazate – Ait Ben Haddou – Marrakech

No último dia, visitamos a Kasbah de Ait Ben Haddou, a mais famosa do Marrocos. Declarada Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO, a kasbah é composta por várias construções de adobe, organizadas em uma colina e toda amuralhada.

Ela servia como um ponto de passagem para comerciantes e caravanas que atravessavam o deserto. Mas, além de sua importância histórica, Ait Ben Haddou ficou famosa por também ser cenário de Gladiador e Game of Thrones.

Depois do tour, seguimos rumo ao norte, atravessando a cordilheira do Atlas e passando pela montanha Tizi n’Tichka, a 2.260 metros de altura, até chegar em Marrakech.

Combinamos o desembarque de todos no aeroporto, mas isso vai depender da configuração da sua viagem.

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Ait Ben Haddou, uma das kasbahs mais famosos do Marrocos.

>> Reserve seu tour de 8 dias no Marrocos

Como é dormir no Deserto do Saara

Entre tudo o que decidimos fazer no Marrocos, dormir uma noite no deserto do Saara foi, sem dúvida, uma das experiências mais incríveis.

No pacote da Maroc Expedition Travel, a opção de hospedagem é um glamping, que é uma espécie de camping de luxo, onde as barracas são grandes e muito confortáveis, com camas de casal ou solteiro, dependendo da sua escolha.

Além disso, cada barraca é equipada com um banheiro privativo, com chuveiro (embora a água seja de morna pra fria), amenities de banho e toalhas. Tudo para garantir que a experiência seja a mais confortável possível, sem perder a conexão com a natureza ao nosso redor.

Pra passar uma noite no deserto é recomendado levar apenas itens essenciais em uma mochila pequena. Sua mala deve ficar guardada na recepção do hotel.

O acesso ao acampamento é por dromedário, a pé ou de 4×4, isso está incluído no pacote do tour e quem escolhe é o cliente. De dromedário ou a pé, o trajeto é de 40min a 1 hora. De carro dura menos de 15min.

Se nenhuma dessas opções agradarem, dá pra contratar por fora uma ida de quadriciclo (50€ por pessoa ou 70€ pra duas pessoas no mesmo quadri). Esse passeio inclui parada para ver o pôr do sol e curtir as dunas em um sandboard.

A recepção, claro, é com chá de menta e, depois que todos se acomodam, eles servem um jantar típico marroquino. Pra completar a noite, eles fazem uma apresentação de música berbere ao lado da fogueira, criando um ambiente de confraternização muito bacana.

Depois do show, decidimos deitar nas dunas, debaixo de um céu absolutamente deslumbrante. O deserto tem uma energia única, e ao olhar pro céu conseguimos ver inúmeras estrelas cadentes, um espetáculo da natureza. A paz e o silêncio do deserto tornaram aquele momento ainda mais especial e profundamente marcante.

No dia seguinte, recomendo acordar cedinho pra ver o sol nascer entre as dunas e curtir um pouco mais desse lugar maravilhoso (leve um casaquinho porque faz frio pela manhã).

deserto do saara marrocos
Glampings no deserto do Saara.

O Marrocos é seguro para mulheres?

Quando se fala em viajar para o Marrocos sendo mulher, é comum ouvir relatos de que é um país conservador e tem um ambiente desafiador para nós.

Em partes isso é verdade, no entanto, posso dizer que NOSSA EXPERIÊNCIA foi bastante positiva e diferente do que se imagina. Durante toda a viagem, nos sentimos respeitadas e seguras, e o nosso grupo, formado em sua maioria por mulheres, foi tratado com muita gentileza e hospitalidade.

É claro que isso é uma experiência pessoal, e cada pessoa pode viver momentos diferentes em uma viagem. Mas, no geral, os homens com quem interagimos foram educados e respeitosos. O povo marroquino nos recebeu de forma calorosa e prestativa, de verdade.

Mas é claro que, como em qualquer lugar do mundo (inclusive no Brasil), algumas precauções são essenciais para mulheres. Recomendo evitar andar sozinha à noite, ter atenção ao pedir informações e evitar demonstrar que está perdida. Cuidados com bolsas, celulares e objetos pessoais também são sempre válidos.

Outro ponto é que, antes da viagem, li vários relatos sobre como se comportar no Marrocos, especialmente em relação às roupas. Muitos turistas confundem o uso de roupas largas e do hijab como uma exigência cultural, mas é importante entender que isso é, na verdade, uma prática religiosa, e não uma regra cultural obrigatória para os visitantes.

No Marrocos, turistas são livres pra se vestirem como quiserem, mas, por uma questão de respeito, optamos por roupas mais soltinhas, com ombros mais cobertos e nada acima dos joelhos. Esse cuidado com o vestuário, além de mostrar consideração pela cultura local, também ajuda a evitar olhares indesejados e deixou nossa experiência mais confortável.

Quanto custa uma viagem para o Marrocos

A Maroc Expedition Travel oferece diversos formatos com tudo o que tem para fazer no Marrocos, desde um tour mais simples de apenas um dia, até esse pacote completão com as melhores atrações do país.

O tour que fizemos cruzou o Marrocos de norte a sul, apresentando toda a cultura, diversidade e belezas do norte da África. Para essa rota, existem dois pacotes diferentes, de acordo com o tipo de hospedagem: standard (3 estrelas) e superior (4 estrelas).

Eles oferecem o pacote na Civitatis, um dos nossos parceiros mais conhecidos do mundo em reserva de tours, ingressos e experiências.

Tour de 8 dias no Marrocos (standard) = a partir de 1.820€ – esse valor muda de acordo com a quantidade de pessoas. Por exemplo:
>> 5 pessoas = 3.060€ (612€ por pessoa – cerca de R$ 3.700*)
>> 9 pessoas = 4.260€  (473€ por pessoa – cerca de R$ 2.900*)
>> 10 pessoas = 4.580€ (458€ por pessoa – cerca de R$ 2.700*)
*cotação em nov/24

Como reservar

Também é possível reservar na Civitatis:

>> Tour de 8 dias no Marrocos: pacote com opção de parcelamento

GASTOS EXTRAS: O que mais você deve considerar?

  • 8 almoços + 3 jantares = média de 12€ por pessoa – total de 132€;
  • Bebidas e snacks;
  • Souvenires;
  • Banheiros e gorjetas (opcional);
  • Entradas em atrações = cerca de 40€ por pessoa;
  • Guias extras para Meknès, Kasbah de Amridhyl e Kasbah de Ait Ben Haddou (considero um gasto essencial) = total de mais ou menos 30€ por pessoa.

ATENÇÃO: os valores mencionados não incluem a passagem aérea para o Marrocos, dizendo respeito apenas às despesas com o tour de 8 dias.

Como foi nossa experiência com a agência

Nossa experiência com a Maroc Expedition Travel foi positiva desde o início. O transporte oferecido pela agência foi seguro e confortável, o que é essencial para as longas distâncias que percorremos no Marrocos.

Além disso, os hotéis selecionados pela agência foram uma ótima surpresa: confortáveis e bem localizados, permitindo descansar bem entre as viagens e atrações.

Outro ponto importante foi a comunicação. Desde o primeiro contato até o fim da viagem, a equipe foi solícita, respondendo prontamente e tirando todas as nossas dúvidas, o que nos trouxe muita segurança e tranquilidade pra curtir o roteiro.

Fechando diretamente com a agência você tem a possibilidade de enviar um valor como sinal e pagar o restante na hora de sair. Esse pagamento final pode ser feito com cartão de crédito na agência, ou em espécie, no momento do embarque.

No nosso caso, reservamos diretamente com a agência.

Melhor época pra uma viagem ao Marrocos

O ideal é visitar o Marrocos em estações intermediárias, quando as temperaturas são mais agradáveis. No verão (junho a agosto) as temperaturas podem ultrapassar os 40°C (pode chegar até a 50°C). Impossível! Já no inverno (dezembro a fevereiro), pode até nevar nas regiões de montanha e o clima no deserto fica bem gelado.

Por isso, o ideal é viajar para o Marrocos na Primavera (março a maio) ou no Outono (setembro a novembro), quando oclima é ameno e agradável em grande parte do país, com temperaturas ideais para visitar tanto as cidades quanto o deserto.

Nós fomos no início de outubro e pegamos dias lindos, com termômetros entre 25° e 30°, passamos uma noite super agradável no deserto, com direito até a deitar nas dunas para admirar as estrelas.

Um dos funcionários do riad em que nos hospedamos em Merzouga disse, inclusive, que as noites mais bonitas no deserto acontecem em outubro. Eu só posso assinar embaixo!

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O tradicional chá de menta no povoado de Khamlia, no deserto do Saara.

O que saber antes de ir para o Marrocos

Fazer turismo no Marrocos é, de fato, mergulhar em uma outra cultura, com religião e tradições que têm uma presença marcante no dia a dia.

Se você está se preparando para visitar o país, eu separei alguns pontos importantes a conhecer para aproveitar a viagem ao máximo e evitar surpresas.

Religião e costumes: O Marrocos é um país predominantemente muçulmano, onde a prática do Islã influencia bastante os costumes locais. Apenas respeite.

Idiomas e comunicação: Os idiomas oficiais do Marrocos são o árabe, o berbere e o Tamazirte, mas o francês é amplamente falado. Em muitos lugares eles também falam inglês e espanhol, o que facilita a comunicação. Nós conseguimos nos virar bem, mesmo sem ser fluente em nenhum desses idiomas. Aliás, em Meknès encontramos um guia que misturava espanhol, português e italiano, e foi bem divertido fazer o tour com ele. No fim, entendemos tudo nesse intercâmbio linguístico.

Regime de governo: O Marrocos é uma monarquia constitucional e o rei, Mohammed VI, é muito respeitado no país. Inclusive ele está presente em todos os lugares, seja em fotos e pôsteres nos estabelecimentos comerciais, seja nas notas de dirham, a moeda marroquina.

A tradição do chá de menta: O chá de menta é uma verdadeira instituição marroquina e um símbolo de hospitalidade e cortesia. Em todos os lugares do Marrocos fomos recebidos com uma xícara de chá de menta, uma experiência cultural que vale a pena aproveitar.

Culinária marroquina: Comer no Marrocos é uma experiência de sabores exóticos, marcada pelo uso de especiarias como açafrão, cominho e canela. Pratos como tagine, cuscuz, pastilla e harira são comuns, sempre acompanhados de pão fresco. No geral a comida é bem gostosa, mas muitos dias com o mesmo tempero pode acabar enjoando.

Orações: Assim como em muitos países islâmicos, no Marrocos há cinco momentos para orações ao longo do dia, chamadas pelo som do adhan, que ecoa do alto das mesquitas. Você vai ouvir o adhan em momentos diferentes, de manhã cedo (tipo 5h30) até o início da noite.

Ramadã: Se você estiver viajando durante o mês sagrado do Ramadã, vai ver que o ritmo do país muda. Nesse período, os muçulmanos jejuam do nascer ao pôr do sol e restaurantes e cafés podem estar fechados durante o dia. O Ramadã não tem uma data fixa, pois se dá no nono mês do ano da religião islâmica – que tem 354 ou 355 dias. Vale a pena se informar antes de fechar a viagem.

Artesanato e souks: Cerâmicas, tapetes, luminárias e outros produtos feitos à mão estão em todos os mercados, ou “souks”, do Marrocos. Dedique um tempo pra caminhar sem rumo pelas medinas e comprar uma lembrancinha do país (ou algumas).

Barganha: Se decidir comprar, lembre-se de que negociar é uma tradição no Marrocos. Os vendedores esperam que você barganhe, então nunca aceite o primeiro preço oferecido. Nossa dica é que você comece a negociação oferecendo 1/3 do valor que eles te derem. Dependendo do seu poder de persuasão, os vendedores abaixam consideravelmente o preço.

Óleo de Argan: Marrocos é famoso pelo óleo de argan, um produto natural com propriedades hidratantes e nutritivas pra pele e cabelo. Em várias cidades é possível encontrar cooperativas de mulheres que produzem o óleo artesanalmente.

Hammam: Um dos rituais de bem-estar mais tradicionais do Marrocos, esse banho público funciona como uma espécie de spa local, onde se faz uma limpeza profunda e esfoliação da pele. Os visitantes podem escolher entre um hammam tradicional (é mais barato, mas os guias não recomendam), ou um hammam turístico, que costuma ser mais luxuoso e inclui massagens e tratamentos feitos por profissionais (não sai por menos de 40€).

Bebida alcoólica: O consumo de álcool é proibido no Marrocos, pois o país segue as diretrizes da religião islâmica. Portanto você não vai ver bares ou lojas de conveniência vendendo álcool nas áreas mais tradicionais, e não é recomendado beber em público. No entanto, nos hotéis e restaurantes voltados pra turistas, pode ser que se encontre vinhos ou cervejas. Em cidades como Rabat e Casablanca, também é possível encontrar supermercados que vendem bebidas, mas a cultura local recomenda discrição.

Homosexualidade: O país ainda mantém posturas conservadoras e ser homossexual é proibido por lei. Por isso, a dica é que se você for LGBTQIAPN+ e viajar em casal, evite demonstrações públicas de afeto porque você pode ser repreendido.

Agora que você já sabe o que fazer no Marrocos, partiu planejar essa viagem? Se tiver mais alguma dúvida, manda aqui nos comentários ou lá no nosso Instagram, @blogvidasemparedes, onde damos muitas outras dicas de viagem.

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por Nange Sá


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Vida sem Paredes
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