O Museu Imperial, em Petrópolis, região serrana a cerca de 66 quilômetros do Rio de Janeiro, guarda um acervo riquíssimo que nos leva a conhecer como era a vida e os hábitos da Família Real quando se instalou no Brasil.
O Palácio, construído 1862, era a residência de verão da realeza. Era ali que Dom Pedro II e sua família passavam os meses mais quentes do ano.
O Museu está localizado no centro histórico da cidade e seu acervo possui quase 300 mil itens, entre móveis, joias, roupas, obras de arte e documentos da Família Real.
O tour pelo palácio é um convite a conhecer melhor a história do Brasil Imperial. Entre as peças estão as coroas e trajes usados por D. Pedro I e D. Pedro II, que são MA-RA-VI-LHO-SOS. A riqueza de detalhes e a beleza das peças são de impressionar. Mas o museu tem muitos outros atrativos.
Nós adoramos a visita e listamos 8 motivos para visitar o Museu Imperial.
Confira como chegar em Petrópolis, outras dicas sobre a cidade as atrações turísticas:
Guia e dicas do que fazer em Petrópolis
8 motivos para visitar o Museu Imperial
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É um dos mais visitados museus brasileiros
Em 2016, o Museu Imperial foi o museu mais visitado do Brasil. O acervo foi visto por cerca de 321,6 mil pessoas no último ano e lidera a lista organizada pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).
De fato, no dia em que visitamos, em uma sexta, muitas pessoas circulavam por lá e elogiavam com vários sotaques e idiomas. Pudera, um acervo tão rico só pode ser garantia de uma visita muito interessante.
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A imensidão do prédio impressiona
Em tempos em que os espaços se tornam cada dia menores, os salões do Palácio Imperial nos dão a nítida sensação de estar vivendo em outra época. Logo na entrada do prédio, construído em estilo neoclássico, já nos deparamos com a sua imponência: um pórtico de granito bem no centro da estrutura. Melhor maneira de desejar boas vindas, impossível.
Historicamente, a construção ainda guarda peculiaridades, como a curadoria de arquitetos ligados à Academia Imperial de Belas Artes. No interior, é possível ver vários pisos de mármore, sem falar nos assoalhos e nas esquadrias, fabricados em madeiras de lei, como jacarandá, cedro e pau-cetim, e que vieram de várias partes do país especialmente para decorar a residência do Imperador.
As salas enormes, com suas portas altas, a decoração em gesso nas paredes, as poltronas torneadas e incontáveis janelas dão charme e elegância a este palácio que é um dos mais importantes monumentos arquitetônicos do Brasil.
CURIOSIDADE: É proibido entrar de sapatos no museu. Eles têm um sistema de pantufas, que são entregues logo na entrada. As bolsas e acessórios são alocados em um guarda-volumes e retirados no final do tour.
ACESSIBILIDADE: O prédio possui uma grande escada que leva ao segundo andar. Para garantir acessibilidade àqueles que possuem alguma dificuldade de locomoção, um elevador foi instalado ao lado da escadaria. Além disso, o museu também oferece cadeiras de rodas. Isso garante a limpeza e conservação dos pisos do prédio.
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O acervo é incrível
O acervo do Museu Imperial de Petrópolis é todo relacionado ao período monárquico brasileiro. Grande parte da decoração interna foi mantida, o que é ótimo, porque permite que os visitantes conheçam os ambientes frequentados pelo imperador da forma como eram antigamente. Lá dentro a gente tem acesso a mobiliários, documentos, obras de arte e objetos pessoais da Família Real, tudo protegido por corrente e vidros.
As peças chamam a atenção pelo nível de preservação. Os móveis da casa de veraneio parecem não ter sofrido com a ação do tempo. Além disso, não é todo dia que você se depara com o trono de um Imperador ou com a caneta que assinou a Lei Áurea.
Além das exposições dos objetos menores, os espaços estão divididos em várias salas. A sala de jantar que, além dos móveis, ainda guarda conjuntos de louças da época. A mesa fica posta e dá pra ter uma pequena noção de como eram os jantares por ali.
A lindíssima sala de música com seus instrumentos pouco comuns como a harpa dourada e a espineta.
A sala de estado, que é a mais importante e imponente do palácio. Era ali que Dom Pedro recebia os visitantes oficiais. Nela estão quadros, espelhos enormes e o trono, que originalmente ficava no Palácio da Quinta da Boa Vista. Já o gabinete de Dom Pedro II é bem interessante, pois se pode ver uma luneta, utilizada pelo imperador em pesquisas científicas e o primeiro telefone do Brasil, que foi testado por ele. Segundo a nossa guia, Patrícia, D. Pedro era um homem estudioso e passava horas pesquisando naquela saleta.
Os quartos das Princesas preservam os ambientes originais ocupados por dona Isabel e dona Leopoldina. E existe também um ambiente usado somente por Dona Teresa Cristina: a sala de visitas. Era ali que ela recebia suas amigas para conversas secretas.
E tem mais: o museu guarda itens importantes usados pela família real, como um cofre em bronze e porcelana, o cedro usado pelo imperador, as vestimentas, as joias, as coroas.
Pra mim, o mais interessante foi conhecer os itens pessoais da realeza. Dos pequenos, como a cigarreira de D. Pedro II, aos maiores, como os instrumentos na sala de música. Fiquei um tempo imaginando os saraus dentro daquele cômodo cuidadosamente decorado.
Outro ponto interessante é que a visita é auto-explicativa. Na entrada de cada sala existe um toten que conta a história daquele cômodo em português e inglês.
IMPORTANTE: para manter a conservação, é proibido tocar nas peças e tirar fotos no interior do Museu.
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É Patrimônio da Humanidade
O acervo documental do Museu Imperial de Petrópolis é considerado um Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. O projeto Memória do Mundo, criado pela fundação em 1992, reconhece documentos, cartas, certidões, rascunhos e outros itens escritos por personalidades históricas e dá esse título ao conjunto.
Esses documentos são analisados por uma banca de especialistas e depois vão para um registro internacional.
E o que isso quer dizer?
Que eles têm garantia de preservação e ainda podem estimular o acesso de pesquisadores e do público em geral ao acervo. Atualmente, o Museu Imperial tem cinco conjuntos inscritos nas três categorias do programa.
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O jardim é lindo
O Museu Imperial é cercado por um jardim imponente, com plantas de várias espécies e um paisagismo que convida ao passeio.
Segundo a história, em 1854, D. Pedro II encomendou a produção do jardim do Palácio para o paisagista parisiense Jean Baptiste Binot. Para deixar o ambiente ainda mais sofisticado, o imperador mandou vir de mais de 15 regiões do mundo, mais de 100 mudas como as bananeiras de Madagascar e árvores de incenso, além de flores como as camélias, jasmins, manacás e flores do imperador.
Dizem que os jardins conservam até hoje as linhas paisagísticas pensadas por Binot, tanto nos canteiros como na disposição das espécies de plantas.
Embora esteja localizado bem no centro da cidade de Petrópolis, passear pelo jardim do museu é como se desconectar do mundo. Um agradável momento para sentar em um de seus banquinhos e apenas apreciar a beleza deste lugar.
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Tem um café acolhedor
Depois de um tour inspirador, nada como tomar um cafezinho feito com muito capricho e atenção. E é isso que o Café Duetto’s, localizado no mesmo terreno do Palácio, oferece aos visitantes.
Com mesas dentro e fora do chalé, é possível saborear comidas típicas da região e ainda experimentar uma das cervejas da cidade.
Quem preferir, pode pedir uma massa para o almoço e aproveitar as sobremesa deliciosas. Uma boa opção para relaxar e se planejar para os próximos passeios pela Cidade Imperial.
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Tem espetáculos
Além de conhecer o acervo histórico, quem visita o Museu Imperial de Petrópolis ainda tem a oportunidade de se entreter com dois espetáculos, apresentados na parte externa do Palácio: Som e Luz e Sarau Imperial.
O espetáculo Som e Luz usa efeitos de sonorização e iluminação para levar o visitante a viajar no tempo e conhecer esse período histórico brasileiro de forma lúdica. Todo o espetáculo é narrado pelo ator Paulo Autran e, com projeções na fachada do prédio, conta histórias como a de quando as irmãs Isabel e Leopoldina são apresentadas a seus futuros maridos. O Som e Luz é um espetáculo permanente que acontece todas as quintas, sextas e sábados, às 20h.
Já o Sarau Imperial leva aos jardins do Museu histórias que foram retiradas da correspondência particular da família imperial. Toda sexta e sábado, às 18h30, o espetáculo apresenta aos visitantes canções do século XIX acompanhadas por um piano. Entre as personagens desse Sarau estão a princesa Isabel, a condessa de Barral, a baronesa de Loreto, entre outras.
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É moderno
Desde 2016, o Museu Imperial conta com o auxílio de um aplicativo, que pode ser usado por quem busca uma visita independente, ou tem alguma deficiência visual ou de audição.
O app Museu Imperial: história em mãos está disponível para sistemas iOS ou Android e traz ao usuário uma experiência diferenciada. E para começar a usar é muito fácil: basta aproximar o smartphone dos QR Codes espalhados por todas as salas do Museu. Assim, o usuário pode saber mais sobre as peças expostas naquele local. Para as pessoas com deficiência, é preciso escolher as opções “áudio” ou “texto”. Além disso, o dispositivo funciona em dois idiomas, inglês e português. Legal, né?!
S E R V I Ç O
Museu Imperial de Petrópolis
- Rua da Imperatriz, 220 – Centro, Petrópolis – RJ | 55 (24) 2233-0300 | 2233-0360
- Funcionamento: terça a domingo das 11h às 18h (bilheteria até 17h30)
- Jardins: terça a domingo das 8h às 18h
- Entrada Palácio: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia) | Estudantes, professores e maiores de 60 anos: R$ 5 (out/2019)
Espetáculo Som e Luz – Museu Imperial de Petrópolis
- Ingresso Adultos: R$ 20 | Estudantes e professores: R$ 10 | Idosos +60: R$ 10
- Idosos +80: gratuito | Menores de 7 anos: gratuito
Sarau Imperial – Museu Imperial de Petrópolis
- Ingresso Adultos: R$ 14 | Estudantes e professores: R$ 7 | Idosos +60: R$ 7
- Pessoas com deficiência: gratuito | Menores de 2 anos: gratuito
- Guias de Turismo (devidamente registrados): gratuito
OBS: o museu oferece pacotes para famílias para os dois eventos.
>> Consulte outras informações no site do museu.
Museu Imperial de Petrópolis – RJ
Por Nange Sá
adorei muito a cidade