Quando ir a Alter do Chão é uma das perguntas mais frequentes de quem pretende conhecer esse lugar único, imerso na natureza, com uma cultura riquíssima e ótima gastronomia.
Conhecida como o “Caribe Amazônico”, a vila às margens do Rio Tapajós, no Pará, atrai visitantes do mundo todo. Mas escolher a melhor época pra viajar pode fazer toda a diferença na sua experiência.
Recentemente, tivemos o privilégio de conhecer Alter do Chão. Apesar de achar tudo maravilhoso, percebemos como a paisagem e as possibilidades de passeios mudam bastante ao longo do ano, influenciadas pelo regime de cheias e secas da região.
Por isso, neste artigo, vou contar como é cada estação, o que você pode esperar em diferentes épocas e quais eventos culturais imperdíveis acontecem por lá.
Quando ir a Alter do Chão: dicas das melhores estações e eventos
Você vai ver nesse post:
- Estações do ano em Alter do Chão
- Inverno Amazônico
- Verão Amazônico
- Eventos culturais imperdíveis
- Dicas para planejar sua viagem
- Perguntas frequentes
Entendendo as estações em Alter do Chão
A região amazônica, que inclui Alter do Chão, não segue as quatro estações tradicionais (outono, inverno, primavera e verão).
Nessa parte do Brasil, as dinâmicas climáticas são divididas basicamente entre o período das cheias (inverno amazônico) e o período da seca (verão amazônico). Essa variação é o que define a paisagem e as atividades disponíveis em cada momento.
Inverno amazônico: de janeiro a julho
Entre janeiro e julho é a temporada das chuvas. Os rios enchem, cobrindo as famosas praias de areia branca. A paisagem muda, com mais áreas alagadas e uma vegetação intensamente verde.
Nessa época é possível navegar pelos igarapés e florestas alagadas, porém, as chuvas podem atrapalhar essas atividades ao ar livre.
Pontos positivos:
- Época de florestas alagadas, boa para passeios de barco pelos igarapés;
- Vegetação lindíssima e rios em seu volume máximo, proporcionando uma experiência autêntica da Amazônia alagada;
- Temperaturas mais amenas por conta da frequência de chuvas.
Pontos negativos:
- As praias ficam submersas, limitando o acesso às famosas paisagens de Alter do Chão;
- Chuvas constantes podem atrapalhar passeios e trilhas pela floresta.
Melhores passeios no inverno amazônico: Canal do Jari, Floresta Encantada, Rio Arapiuns, FLONA Tapajós (se não chover).
Outra dica legal são os passeios de 3 a 5 dias, ou os cruzeiros amazônicos, que funcionam bem nesse período de cheia. Veja alguns:
Verão amazônico: de agosto a dezembro
De agosto a dezembro, ocorre o chamado verão amazônico (o período seco), quando as chuvas diminuem e o Rio Tapajós recua, revelando praias e a Ilha do Amor, que fazem de Alter do Chão um destino tão desejado.
Visitamos a região no início de dezembro e, embora as praias e pontas ainda estivessem incríveis, os rios já estavam bem secos, já que choveu pouco durante o ano. Alguns passeios de barco, como a Floresta Encantada e Canal do Jari, que a gente queria muito fazer, ficaram inviáveis.
Pontos positivos:
- As praias emergem, criando o cenário icônico do “Caribe Amazônico”;
- Clima seco favorece atividades ao ar livre, trilhas e passeios;
- Temporada de eventos culturais, como o Festival do Sairé, em setembro.
Pontos negativos:
- Alta temporada, então tudo estará mais cheio (restaurantes, pousadas, passeios);
- Mais para o final da temporada os rios podem estar bem baixos e limitar alguns passeios de barco;
- Muito calor, com termômetros que ultrapassam os 30 °C.
Melhores passeios no verão amazônico: FLONA Tapajós, Tour Rio Arapiuns, Tour completo em Alter (Alter do Chão Incrível), Ilha do Amor, Praia de Pindobal, Trilha Morro da Piraoca.
Alter do Chão: eventos imperdíveis
Alter do Chão não é apenas um destino natural; é também um lugar cheio de tradições e cultura. Dois eventos se destacam no calendário local: o Festival do Sairé e o Pirarimbó.
Sem contar os eventos de Carimbó que acontecem semanalmente e que, de verdade, foi a coisa mais legal que a gente viu por lá. É impossível não se envolver!
Carimbó
Independente da época do ano, toda quinta-feira, Alter do Chão ganha ainda mais vida com a Quinta do Mestre, que celebra o carimbó, ritmo tradicional do Pará. A festa acontece na rua, de graça, em um ambiente super descontraído onde moradores e turistas se encontram pra dançar, ouvir música e saborear comidas e bebidas típicas. O evento começa às 21h30 e vai até 00h.
Às quartas também tem carimbó em Alter do Chão, na Toca do Tatu, com a diferença de estar em um local fechado e, portanto, pago. Custa R$ 20 por pessoa (dez/2024).
Festival do Sairé
Realizado em setembro, o Festival do Sairé é uma das manifestações culturais mais antigas da Amazônia. Misturando elementos religiosos e culturais, o evento inclui procissões, danças e uma competição entre os botos Tucuxi (cinza) e Boto Cor-de-Rosa – a proposta lembra o que ocorre com os bois em Parintins.
Se você decidir visitar Alter do Chão nessa época, com certeza vai experimentar algo único e intenso, com muita música, gastronomia local e um clima de celebração por toda a cidade.
Todas as pessoas com quem conversamos em Alter do Chão disseram a mesma coisa: “você TEM que vir no Festival do Sairé”. Já me sinto convidada a voltar!
Pirarimbó
Se estiver em Alter do Chão em uma quarta ou um sábado, outra atração que disseram ser imperdível é o Pirarimbó. O evento é uma experiência imersiva que celebra a cultura amazônica.
O Pirarimbó é uma noite que inclui roda de carimbó tradicional e a preparação de uma piracaia — peixe assado na praia ao estilo caboclo — além de contação de histórias sobre as tradições e lendas da região. Tudo às margens do rio e em contato com a natureza.
O número de participantes é limitado, então é preciso reservar com antecedência. Deixo aqui o Instagram do Pirarimbó com todas as informações de valores e reservas.
Dicas para planejar sua viagem
- Durante o Festival do Sairé e o período de praias mais cheias, a procura por hospedagem aumenta, então é melhor se antecipar e reservar com antecedência.
- Alter do Chão está a cerca de 38km de Santarém, e a melhor maneira de chegar é voando até o aeroporto de Santarém (STM) e pegando um transfer ou táxi, ou indo de ônibus até Alter (R$5 – dez/2024);
- Independentemente da época, o clima é quente e úmido. Leve roupas leves, calçados confortáveis e proteção contra o sol;
- O melhor lugar pra se hospedar em Alter do Chão é perto da praça principal da vila, onde está a maioria dos restaurantes, com acesso fácil à Ilha do Amor e ao Centro de Atendimento ao Turista (CAT), de onde saem os passeios. Veja todas as ofertas de hospedagem em Alter do Chão na Booking.com;
- Muitos passeios oferecem frutas da estação e água incluídas no valor. Aproveite para se hidratar! Além disso, há paradas estratégicas em pontas e comunidades para almoço (pagos à parte).
Perguntas frequentes
O clima é quente e úmido o ano todo. Na época seca as temperaturas podem ultrapassar os 30 °C.
O verão amazônico ocorre na estação seca, com dias ensolarados e rios mais baixos. Já o inverno amazônico é marcado pelas chuvas intensas e rios cheios.
Na seca, as praias ficam mais acessíveis e ideais para banho. Durante as cheias, as florestas alagadas oferecem passeios de barco diferenciados e contato com a biodiversidade.
As chuvas na região amazônica começam a partir de janeiro e se estendem até maio ou junho. No entanto, o período em que as chuvas são mais intensas vai de março a maio. Nessa época a paisagem muda completamente e não é recomendada pra passeios. Essa informação é primordial na decisão da sua viagem!
Diante de todas as possibilidades, a melhor época para ir a Alter do Chão é entre agosto e dezembro. Mas nós recomendamos mesmo uma viagem ente agosto e outubro, ou seja, um meio termo entre as estações chuvosa e seca. Assim dá pra ter a melhor experiência em Alter do Chão, conhecendo praias, trilhas, florestas alagadas e, se possível, os eventos culturais.
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Agora que você já sabe quando ir a Alter do Chão, que tal já começar a planejar essa viagem? Tem mais conteúdo de Alter aqui no blog e também lá no Instagram, @blogvidasemparedes. Se tiver alguma dúvida é só mandar pra gente!
por Nange Sá